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Justiça suspende atividades de madeireiras suspeitas de envolvimento em desmatamento ilegal na região Norte

Da Redação - Rodrigo Costa

A Justiça determinou nesta nesta terça-feira (16) a suspensão das atividades de 5 madeireira suspeitas de atuarem na extração e desmatamento ilegal de madeira no norte de Mato Grosso. A decisão judicial é parte do desdobramento da Operação Ronuro, deflagrada nesta terça contra  alvos envolvidos em crimes ambientais em uma unidade de conservação no norte, e é válida até a conclusão das investigações, segundo informou a Polícia Civil.  

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Nas cidades de Feliz Natal e Nova Ubiratã, 5 pessoas foram flagrante pelos crimes de posse irregular e porte ilegal de arma de fogo e munições. Dentre eles o vice-prefeito de Feliz Natal, Antonio Alves da Costa (PDT), dono de uma das madeireiras. Ele foi liberado hoje à tarde após pagar fiança no valor de R$ 6,6 mil e, junto com os outros 3 detidos, responderá o inquérito em liberdade assim como os demais. Um homem continua preso e será encaminhado à audiência de custódia da Justiça.

Procurado pelo Olhar Direto, o advogado de defesa do vice-prefeito, Marcos Moura, disse que não teve acesso ao inquérito policial e afirmou que não “há quaisquer provas ou indícios de que Antônio esteja envolvido em qualquer crime”. Disse também que seu cliente sempre trabalhou de forma lícita e sempre adquiriu madeira com procedência (de manejo).

A Operação Ronuro, deflagrada pela Polícia Civil de Mato Grosso, nesta terça-feira (16), contra alvos envolvidos em crimes ambientais em uma unidade de conservação no norte de Mato Grosso, resultou em cinco prisões em flagrante, apreensões de armas de fogo, munições e veículos.

Coordenada pela Delegacia Especializada de Meio Ambiente (Dema), a operação cumpriu 22 mandados de busca e apreensão, deferidos pelo Núcleo de Inquéritos Policiais, e conta com apoio da Sema, Indea e das Diretorias do Interior e Atividades Especiais da Polícia Civil.

Investigação

Os alvos da operação são pessoas físicas e jurídicas investigadas por envolvimento na extração ilegal de madeira da Estação Ecológica Rio Ronuro, uma unidade de conservação estadual localizada no município de Nova Ubiratã.

A Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) apurou denúncias que chegaram à unidade apontando que pessoas envolvidas no comércio de madeira na região estavam praticando ilícitos ambientais na estação ecológica. No ano passado, a delegacia intensificou diligências para apurar as informações e identificar os responsáveis pelos crimes ambientais, que danificaram a vegetação nativa da estação.

A Polícia Civil levantou ainda que os envolvidos se associaram criminalmente para cometer os delitos ambientais, que vão de desmatamento e extração de madeira em área protegida ao comércio ilegal de produto florestal. O grupo investigado envolve agentes políticos, madeireiros, empresas transportadoras, pessoas físicas e jurídicas.

A investigação apontou que proprietários das madeireiras utilizam terceiros como ‘laranjas’ para mascarar o comércio irregular da matéria-prima, burlar a administração pública ambiental e fiscal, praticando o crime ambiental e a sonegação de impostos, além do prejuízo ao meio ambiente e social.

“A associação criminosa cometia o desmatamento visando lucro financeiro a qualquer custo, com a destruição da vegetação e sem se preocupar com os danos ambientais, a fauna e tampouco a sociedade local e mato-grossense”, pontuou a delegada titular da Dema, Liliane Murata.
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