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José Riva diz que decidiu disputar governo em 2014 para pôr fim a pressão sofrida na AL: ‘era refém’

Da Redação - Airton Marques

O ex-presidente da Assembleia Legislativa (ALMT), José Riva, já acumulava quatro mandatos consecutivos de deputado quando, em 2014, resolveu disputar o comando do Palácio Paiaguás, numa eleição com o então senador Pedro Taques e o ex-vereador Lúdio Cabral (PT). Encrencado com a Justiça por conta das ações oriundas da Arca de Noé, o político acabou tento seu registro de candidatura impugnado e lançando a própria esposa para o governo.

ASSISTA A ÍNTEGRA DO PODOLHAR COM O EX-PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA, JOSÉ RIVA:



Dez anos depois, Riva esteve no PodOlhar, já disponível no Youtube, e revelou o que motivou a deixar uma reeleição natural ao Legislativo para voltar a atuar no Executivo. Aos jornalistas Airton Marques e Arthur Santos da Silva, afirmou que a decisão levou em consideração o fato de ter se tornado refém dos próprios colegas deputados, que se socorriam a ele para resolver todos os problemas, mesmo que envolvessem esquemas com dinheiro público.

“Não aguentava mais o que estava acontecendo na Assembleia, pois o excesso de confiança dos deputados comigo me tornou refém deles. Virou uma bola de neve, pois se tinha dinheiro pagava e se não tinha, pagava também. Fazia empréstimo pessoal, em factoring, pegava de terceiro, amigo e pagava. Não aguentava mais isso”, afirmou.

Ainda de acordo com Riva, na época, ele já sabia que os esquemas existentes desde quando entrou na Assembleia seriam descobertos.

“Tinha convicção de que numa situação como aquela seria difícil eu não ser preso, tanto é que na época alguém da imprensa me perguntou se tinha medo de ser preso e eu disse que não. Se eu for preso, tanta gente que foi presa inocentemente, e se eu for preso eu vou me defender e vou fazer o que tem que fazer para eu sair da prisão. Mas o que eu não queria é que aquilo continuasse, eu achei que era hora de passar o bastão para alguém que não tivesse comprometido com nada disso e que pudesse exercer um mandato sem essas amarras”, completou, se referindo à filha, Janaina Riva (MDB), que está em seu terceiro mandato.
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