Imprimir

Notícias / Cidades

Polícia investiga se detenta trans foi assassinada por ser "X9"; transfobia descartada

Da Redação - Luis Vinicius

A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga se a morte da detenta trans Gabriela Varconti, 37 anos, ocorreu devido aos assassinos acreditarem que ela seria "X9", termo usado no mundo do crime para designar alcaguetes. As investigações são presididas pelo delegado Marlon Luz, que já descartou que o crime tenha ocorrido por transfobia.

Leia também
Reeducanda trans espancada a pauladas morre após 3 dias internada na UTI
 
No mundo crime, a expressão "X9" funciona como forma de identificar alguém que está agindo como um informante ou delator da polícia ou de um algum órgão estatal. A possibilidade de essa ser a motivação da morte surgiu em meio a coleta de depoimento das testemunhas.
 
Entretanto, o delegado explicou à reportagem que outras motivações são investigadas. No entanto, a autoridade policial explicou que não se trata de transfobia - qualquer ação ou comportamento que se baseia no medo, intolerância, rejeição, aversão, ódio ou discriminação às pessoas trans por conta de sua identidade de gênero.
 
“O que posso afirmar é que essa suspeita de que a vítima tinha sido vítima de transfobia foi totalmente descartada. Agora, estamos trabalhando para identificar qual a real motivação do crime”, explicou à reportagem.
 
A vítima morreu na quinta-feira (25) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Pronto Socorro Municipal de Várzea Grande (PSVG). Ela foi brutalmente atacada a pauladas por detentos dentro do Complexo Penitenciário Ahmenon Lemon Dantas, também na cidade de Várzea Grande.
 
Gabriela chegou a ter o crânio esmagado após os golpes. A informação da morte foi divulgada pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).
 
Como noticiado por Olhar Direto, Gabriela foi espancada com pedaços de madeira. A mulher ficava na ala LGBTQIAPN+, mas o fato aconteceu na hora do almoço, momento em que todos os detentos ficam juntos. Após o episódio, a vítima recebeu os primeiros socorros ainda na unidade e foi encaminhada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Pronto-Socorro.

Dois presidiários foram autuados em flagrante pelo crime. O nome deles não foi revelado. As investigações prosseguem.
Imprimir