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Mauro cobra de ministro de Lula ação contra facções: 'não podemos tratar com soluções que não correspondem à realidade'

Da Redação - Rafael Machado

Durante reunião entre empresários e líderes políticos nesta sexta-feira (16), o governador Mauro Mendes (União) enviou um recado ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, enfatizando a necessidade de medidas urgentes para conter o crescimento das facções criminosas no país.

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Mendes alertou que a expansão dessas organizações está prejudicando o desenvolvimento do Brasil. Ele destacou que, apesar dos investimentos dos 27 governadores e do Governo Federal, a segurança pública continua sendo uma área problemática.

“As facções criminosas dominam esse país há algum tempo, começou há mais de 30 anos dentro das prisões. Esse crescimento foi retroalimentado por um perverso modelo social, por uma sensação de impunidade e acima de tudo uma justiça que tem dificuldade em justa e ser rápida e ser célere. Não é comum as pessoas passarem 10, 20, 30 anos pra ter um final de um processo de julgamento nesse país, não é justo que o Supremo Tribunal tenha que julgar 14 mil ações em um ano”, destacou.

Ele também criticou a desatualização do Código Penal, afirmando que ele não reflete a realidade atual do Brasil, o que impede que criminosos sejam punidos de forma exemplar.

O governador enfatizou a necessidade de combater esse "câncer" social de forma profunda e eficaz para evitar novos erros. Mauro comentou resultados de pesquisas feitas por ele que indicam uma mudança nos sonhos dos jovens de periferia, que antes aspiravam a ser jogadores de futebol e agora desejam integrar facções criminosas, buscando status, poder e respeito.

"Não podemos continuar tratando esse problema com soluções que não correspondem à realidade atual, que já está profundamente enraizada na sociedade. Lembro-me de muitos anos atrás, quando o sonho de muitos jovens que jogavam futebol nas periferias brasileiras era se tornar jogador profissional. Hoje, em várias comunidades do meu estado, esses jovens sonham em entrar para a 'família'. Eles não se veem como facções, mas como 'famílias', onde encontram poder, dinheiro e respeito dentro da comunidade", relatou.

Mendes concluiu destacando que, embora seja desafiador resolver o problema na raiz, é crucial ter coragem para adotar medidas que possam alterar esse cenário.
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