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Professora que atropelou três em frente à Valley não tentou evitar acidente e assumiu risco, diz polícia

Da Redação - Wesley Santiago

O titular da Delegacia Especializada em Delitos de Trânsito (Deletran), Christian Cabral, apontou em seu relatório de conclusão do caso Valley, que a professora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e bióloga Rafaela Screnci da Costa Ribeiro não tentou evitar o atropelamento de Myllena Lacerda Inocêncio, de 22 anos, Ramon Alcides, de 25 anos e de Hya Girotto. Disse também que ela assumiu o risco ao pegar o volante em “estado notório de embriaguez”. Hya, única sobrevivente da tragédia ocorrido em dezembro de 2018, também foi responsabilizada por retardar a travessia dos amigos.

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Rafaela foi denunciada duas vezes por homicídio doloso, no caso das mortes de Ramon e Myllena. Além disto, pelo atropelamento de Hya, ela também responderá por lesão corporal culposa na direção de veículo automotor.
 
O delegado explica no documento que todo o conjunto probatório aponta que, mesmo ciente de sua incapacidade psicomotora para conduzir veículo automotor, em razão do seu notório estado de embriaguez, [Rafaela] estaria conduzindo o veículo (...) pela faixa esquerda da avenida Isaac Póvoas, em velocidade pouco superior a máxima regulamentada para o trecho.
 
Christian ainda levou em consideração o fato dos jovens atropelados estarem no meio da via, mas aponta que a professora tinha plenas condições de visibilidade da situação e que, mesmo assim, não teria reduzido sua velocidade, como fizeram outros condutores que passaram pelo mesmo local nos minutos próximos ao ocorrido.
 
Além disto, Rafaela não teria realizado qualquer manobra evasiva para evitar o atropelamento. “O que demonstra que apesar da materializada previsibilidade e evitabilidade do acidente, Rafaela consumou o mesmo, situações que revelam que a indigitada nacional teria assumido o risco de causar o evento lesivo”.
 
No caso de Hya Girotto, sobrevivendo do acidente e que foi denunciada por homicídio culposo [quando não há intenção de matar], o delegado considerada que Ramon e Myllena estavam próximos de alcançar o estacionamento da via. Porém, a jovem voltou para a faixa central da avenida, “passando a desenvolver uma performance de dança neste local”, mesmo instante em que os dois jovens retornam para a rua e são atropelados.
 
“Situações que revelam que o comportamento imprudente de Hya Girotto também teria contribuído para a ocorrência do evento lesivo, que por retardar a conclusão da travessia das vítimas, quer por dispersar atenção das mesmas, fazendo-as ficarem em situação de perigo sem quaisquer chances de reação”, aponta outro trecho do documento.
 
Vale ressaltar que elas foram indiciadas em crimes comuns e não do Codigo de Trânsito Brasileiro (CTB).

A tragédia

O acidente ocorreu no dia 23 de dezembro, às 5h50 da manhã. A professora Rafaela Screnci da Costa Ribeiro, de 33 anos, atropelou Hya Girotto, Myllena Lacerda Inocêncio, de 22 anos, e Ramon Alcides, de 25 anos. Os dois últimos não resistiram aos ferimentos e morreram. Hya teve alta médica do Hospital Geral no dia 14 de janeiro. No dia do acidente, a estudante de Direito foi a terceira a ser atingida pelo veículo. Após atingi-la, o carro ainda passou duas vezes por cima dela.

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