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Imagens mostram últimos momentos de Isabele e mãe afirma que fim de inquérito não traz conforto

Da Redação - Fabiana Mendes/Wesley Santiago

O programa Fantástico, da Rede Globo, também mostrou no último domingo (06) os últimos momentos de Isabele Guimarães Ramos, 14 anos, antes de ser morta com um tiro na cabeça, no condomínio Alphaville, em Cuiabá.  À reportagem, a mãe Patrícia Guimarães Ramos revelou que a conclusão do inquérito que investiga o caso não lhe traz conforto.

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“Isso não me traz conforto nenhum. A minha filha não está mais aqui para poder falar. Ela teve os sonhos dela interrompidos naquele dia. Tinha toda uma vida pela frente. Ela uma garotinha brilhante. Hoje não está aqui para fazer o que tinha vontade, para poder realizar os sonhos dela”, afirma.

“Espero que nunca, nunca, nenhuma mãe nesse mundo passe por esta dor que estou vivendo hoje. O que mais espero é que esta garota seja presa, internada e que o Ministério Público acate este inquérito na sua totalidade”, cobrou.



A reportagem frisou trechos do inquérito, que foi concluído durante a semana passada, pela Polícia Civil e destacou que a morte da jovem foi confirmada como um homicídio doloso, causado pela própria amiga, da mesma idade, dentro do banheiro da mansão. O caso ocorreu na noite de 12 de julho deste ano. 

Na matéria também é possível ver desde a hora que Isabele chega na casa da Família Cestari até o período de reconstituição criminal, que foi a última parte da investigação, que chegou à conclusão de que a atiradora assumiu o risco, por ter conhecimento sobre armas e ter carregado a pistola até o local onde ocorreu o disparo fatal.

O sistema de segurança que flagrou os últimos minutos de Isabele, também flagrou o desespero da mãe dela ao saber da tragédia. Imagens e áudios exclusivos obtidos pelo Olhar Direto e divulgados na sexta-feira e sábado mostram o desespero instalado dentro da casa da família Cestari (reveja os vídeos no fim da matéria).

 

Enquanto a mãe de Isabele grita ao ver a filha, que já estava morta no banheiro da casa, a adolescente sai na parte da frente desnorteada e aparentenado estar desesperada. Sem saber para onde ir, a menina vai de um lado para o outro. Em seguida, a adolescente, sua mãe, irmã e a mãe de Isabele saem no condomínio a procura de um médico que pudesse auxiliar na situação.




Nas imagens abaixo, é possível ver o momento em que o namorado da adolescente que realizou o disparo deixa a casa. Ele foi o responsável por levar a arma de fogo que matou a menina para  casa da família Cestari, mas não estava no local quando tudo ocorreu.

Depois, a câmera volta a gravar quando a porta é aberta e há movimentação do lado de fora. Gritos de desespero são ouvidos de dentro da casa e a conversa com o Samu é iniciada. “Rápido, a menina caiu no banheiro aqui no Alphaville, a menina perdeu muito sangue, muito sangue”, diz Marcelo no primeiro momento.

A ligação então é repassada ao médico do Samu, que orienta o empresário a iniciar a massagem cardíaca, após receber a informação de que a vítima encontra-se desacordada, sem respiração e sem pulso.

É possível notar ainda que Marcelo tenta, incansavelmente, continuar uma massagem cardíaca na menina e chega a chorar em alguns momentos. “Eu não vou parar. Eu consigo”.



Inquérito concluído

A adolescente de 14 anos, responsável pelo disparo que matou Isabele Guimarães Ramos, de mesma idade, no dia 12 de julho, no condomínio Alphaville, em Cuiabá, responderá por ato infracional análogo a homicídio doloso. Concluiu-se na investigação que ela, no mínimo, assumiu o risco ao apontar a arma para o rosto da amiga e não verificar se a arma estava pronta para o disparo. 

A sua pena máxima, conforme o delegado Wagner Bassi, poderá ser uma internação de até três anos, em estabelecimento educacional. Isso pode ocorrer durante o processo ou somente após a conclusão dos trabalhos na Justiça. Em casos envolvendo adolescentes, não há prisão. 

As investigações mostraram que a versão apresentada pela adolescente de 14 anos não condiz com o que se apurou e com o que consta nos laudos da perícia. 

Em sua versão, a adolescente conta que estava com o case em suas mãos, quando foi ver o que Isabele estaria fazendo no banheiro do seu quarto. Em dado momento, o objeto teria se desequilibrado e caído.

A menor então conta que abaixou para pegar a arma, enquanto equilibrava o case na outra mão. Neste momento, o disparo teria acontecido, de forma - supostamente - acidental.

Porém, o laudo aponta que o case não tem nenhum vestígio de sangue, assim como a segunda arma, que estava dentro do objeto. Além disto, perícia feita anterior já apontou que o disparo foi feito com a arma estando entre 30 e 40 centímetros do rosto da vítima.

Teoricamente, de acordo com os respingos de sangue, a perícia conclui que deveria haver vestígios dos flúidos no case ou na segunda arma, o que não aconteceu.

A reportagem completa do Fantástico pode ser acessada AQUI
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