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Comerciantes abrem as portas em Cuiabá e aguardam posicionamento de Emanuel sobre 'lockdown'

Da Redação - José Lucas Salvani

Com portas abertas, comerciantes de Cuiabá estão aguardando um posicionamento do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) para poder aderir ou não as medidas determinadas pelo decreto estadual de Mauro Mendes (DEM) que estabeleceu um “lockdown” pelos próximos 10 dias. No início da noite desta segunda-feira (29), a presidente do Tribunal de Justiça,  desembargadora Maria Helena Póvoas, determinou o início imediato de quarentena em 50 municípios de Mato Grosso.

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Cleuze, que preferiu ser identificada apenas com o seu primeiro nome, aguarda um posicionamento de Emanuel. “A gente está indeciso. Não sabe o que fazer mais”, declarou. “Enquanto não sair um decreto, vamos abrir normal. É claro, com as condições de higiene e cuidado com os clientes e com nós mesmos. Estamos em risco, mas precisamos trabalhar. Se a gente ficar em casa, fica pior, entendeu?”, completa.

Apesar de necessitar de seu comércio para sobreviver, ela entende a necessidade de um fechamento ou medidas mais restritivas. Entretanto, Cleuze fica receosa quanto a possibilidade de não ter amparos necessários que aliviam os prejuízos gerados caso precise fechar temporariamente sua loja.

Um gerente de uma loja de tecidos alegou que também está aguardando um posicionamento do executivo municipal para saber como agir nos próximos dias. “Não sei se é para fechar ou manter aberto. O governador fala uma coisa e o prefeito fala outra, então fica essa confusão. Estamos aguardando uma decisão. Não tem como manter fechado se não temos um posicionamento do prefeito que rege a cidade. Estamos apenas aguardando”, conta ao Olhar Direto.

O gerente acredita que é necessário uma fiscalização mais rígida quanto às festas clandestinas que ocorrem. Ele destaca que o comércio já está sofrendo muito porque a movimentação de pessoas anda muito baixa. “Está aberto como se estivesse fechado. Não tem movimento”.

Moisés Soares, proprietário de uma loja de artigos para casa, acredita que o “lockdown” já ocorre justamente pelo baixo número de pessoas circulando. Para ele, a restrição comercial pode fazer com que algumas empresas cheguem à falência, sendo necessário, na verdade, uma restrição de comércios noturnos ou um horário reduzido de funcionamento nas lojas durante o dia.

Na última sexta-feira (26), depois de o Governo não conseguir aprovar na Assembleia Legislativa um projeto que iria adiantar feriados e, como consequência, determinar um “feriadão” de dez dias no estado, Mauro Mendes (DEM) emitiu um decreto com algumas medidas impositivas e outras orientativas, de acordo com a classificação de risco de cada cidade. Para as cidades em “risco muito alto”, a orientação era que determinassem a quarentena obrigatória, com abertura somente de atividades essenciais.

Alguns municípios, como Torixoréu e Várzea Grande, se manifestaram prontamente e emitiram decretos com medidas restritivas mais duras. Já o prefeito Emanuel Pinheiro, da capital Cuiabá, se manteve em silêncio. Na segunda-feira (29), a desembargadora Maria Helena Póvoas acatou um pedido do Ministério Público com o entendimento de que o decreto estadual era impositivo, e que as cidades com “risco muito alto” estavam obrigadas a cumprir o “lockdown”, sob pena de sofrer sanções.

Ainda assim, Emanuel permaneceu em silêncio. A assessoria de imprensa afirmou que ele ainda estava estudando as determinações com a Procuradoria do Município. A desembargadora, por sua vez, disse que a quarentena obrigatória já estava valendo desde as 00h desta terça-feira (30), mesmo sem novo decreto municipal. Emanuel se manifestará na tarde desta terça-feira (30), mas ainda é um mistério quais serão suas determinações. Caso ele não siga a justiça, pode sofrer sanções e pagar pela lei.
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