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Paccola diz que agiu da forma como foi treinado para evitar morte: “verbalizei 3, 4, 5 vezes e ele não atendeu”

Da Redação - Isabela Mercuri / Do Local - Airton Marques

O vereador tenente coronel Paccola (Republicanos) afirmou, na manhã desta segunda-feira (4), que atuou da forma como foi treinado enquanto policial militar ao atirar no agente socioeducativo Alexandre Miyagawa, 41, na última sexta-feira (1). Segundo ele, Alexandre apontou a arma para a própria esposa, Janaina Sá, e “homem não saca arma para ameaçar mulher”, mas sim para atirar.

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Segundo o vereador, ele estava passando quando viu a confusão, e depois que desceu algumas pessoas disseram que o agente estava armado, com a mão para cima. “Vi ele abaixando a arma, ela [a esposa] estava na frente dele, verbalizei 3, 4, 5 vezes [para abaixar a arma] (...) ele não atendeu a essa ordem e aí naquele momento entendendo que ele fosse atirar nela ou fazer o giro para atirar em mim eu fiz os disparos”, afirmou.

Paccola afirmou que foram feitos três disparos, mas que ele não conseguiu ver onde acertaram. Também argumentou que os tiros não foram pelas costas, porque se fossem, Alexandre teria caído de bruços e não de barriga para cima. Após os disparos, o vereador pediu para que seu assessor retirasse a arma para impedir que Janaina a pegasse.

O assessor, então, teria chutado a arma, e Paccola afirmou novamente para que ele pegasse. Segundo o vereador, Janaina estava muito alterada e havia risco de ela pegar o armamento, ou mesmo que Alexandre, se estivesse vivo, conseguisse alcançá-lo.

“Eu não quero entrar nessa questão de polarizar com a viúva, principalmente pela forte emoção que ela sofre, mas as imagens vão falar por si só. Não preciso contestar ou dizer que ela não está falando a verdade ou coisa do gênero. Acredito que são mais de trinta testemunhas, tem inúmeras, mais de 10, 15, 20 pessoas que presenciaram e devem ser ouvidas, e as imagens falam por si só”, afirmou o vereador.

Paccola afirmou, ainda, que está avaliando a possibilidade de pedir afastamento levando em consideração que na próxima semana já começa o recesso legislativo. “É uma decisão que vou tomar com minha família, ouvindo meu advogado, sem decisões precipitadas”, disse.

“Não tenho dúvida com relação à ação, e nada no calor da emoção a gente deve tomar qualquer decisão”, afirmou. “Estou muito entristecido porque me coloco no lugar da família, enlutado também, não pensem que não estou sofrendo as consequências de tudo isso. Mas o sofrimento da outra família sem sombra de dúvida nós nos colocamos, temos essa empatia, e pode ter certeza que nunca saí de casa em minha vida como policial pensando em matar alguém”, completou o parlamentar.
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