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Governo recua após mobilização popular e decide manter árvores centenárias em projeto de feira em Chapada

Da Redação - Mayara Campos

O vice-governador Otaviano Pivetta participou de uma reunião com o prefeito de Chapada dos Guimarães (a 67 km de Cuiabá), no último sábado (22), para tratar sobre a readequação do projeto para o novo pavilhão da Feira do Produtor. Junto com representantes da Feira, ficou acordado o deslocamento da construção para preservar quatro árvores paineiras centenárias, que seriam cortadas inicialmente, além de outras espécies que também não serão mais derrubadas.

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Quando anunciado o corte das árvores, a comunidade local se mobilizou para protestar contra a decisão. A reação popular foi intensa. Protestos pacíficos, campanhas nas redes sociais e abaixo-assinados foram organizados para pressionar as autoridades a reconsiderarem a derrubada das árvores. A questão não se restringe apenas à preservação ambiental, mas também ao combate à crise climática, que se torna cada vez mais alarmante no estado.

Em entrevista ao portal Alô Chapada, o prefeito Osmar Froner comemorou a decisão do vice-governador. “Teve uma determinação, motivada pelo movimento ambientalista, que acionou o Ministério Público, que notificou a SEAF, e solicitou a vistoria da equipe técnica do Tribunal de Contas, Ministério Público, que condenou algumas árvores, mas preservou outras. Então, o vice-governador definiu que vai fazer um deslocamento da construção e vai preservar as árvores e às vezes fazer uma poda, mas o Cedro e outras árvores mais antigas, serão preservadas. É isso que a gente defendia e foi boa a decisão”.

Relembre o caso

Como noticiado pelo Olhar Direto, a derrubada das árvores tem aval da engenheira florestal Leilane Cristina Oliveira Costa. Na justificativa, a profissional afirma que uma delas está comprometida devido à infestação por cupins. "Verificam-se a existência de galhos secos, com risco de queda, lesões no tronco comprometendo a estabilidade de alguns indivíduos", diz trecho do documento.

"Devido o espaço estar destinado a instalação da segunda fase da obra da Feira do Produtor, observou-se a necessidade de suspensão dos indivíduos com finalidade de prevenir possíveis acidentes, garantindo a integridade das futuras instalações e da população", escreveu a engenheira.

Com um investimento de R$ 4,3 milhões, a obra da Feira tem previsão para duração de 12 meses. A ordem para a readequação e ampliação foi assinada no dia 25 de maio pelo vice-governador Otaviano Pivetta e conta com o apoio da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf).

Ao todo, o espaço da Avenida Rio da Casca, o loteamento que será destinado à praça, conta com 16 árvores, sendo três mangueiras, um cedro, um flamboyant, cinco sibipirunas, quatro paineiras, uma embaúba e uma leucena. Todas elas de grande porte e algumas alcançando mais de dez metros de altura.
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