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Indígena bolsonarista escreve carta pedindo desculpas a Lula e diz que ‘se equivocou’ ao apontar fraude nas urnas

Da Redação - Marcos Salesse

O indígena bolsonarista José Acácio Serere Xavante divulgou uma carta, nesta quinta-feira (5), pedindo desculpas ao presidente Lula (PT), ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e ao povo brasileiro. No documento, Serere afirmou que se baseou em informações falsas para denunciar a suposta fraude nas urnas eletrônicas, já desmentidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O indígena segue preso no Complexo Penitenciário da Papuda desde o dia 12 de dezembro, após participar de ataques contra a sede da Polícia Federal, em Brasília. 

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Ainda na carta, Serere declarou que desde o dia de sua prisão, diversas informações desencontradas sobre sua vida, sua família e seus propósitos políticos estão sendo compartilhadas. Segundo o indígena, a carta foi escrita para desmentir tais informações e também se desculpar com o povo brasileiro. 

“Minha prisão tem suscitado uma série de informações desencontradas sobre minha vida, minha família, meus propósitos políticos e pessoais. Então, para desfazer qualquer mal-entendido, por meio desta Nota Oficial, gostaria de registrar publicamente, por decisão própria, livre de qualquer coação, minha posição”, escreveu. 

Nas linhas que seguem, o indígena reconheceu que se equivocou ao apontar suposta fraude nas urnas e que se apoiou em informações falsas para defender o fato já desmentido pelo TSE. No texto, Serere negou ter defendido qualquer rompimento com a democracia. 

“Reconheço que cometi um equívoco ao defender a tese de que haveria fraude, ou mesmo risco de fraude, nas urnas eletrônicas. Na verdade, não há indício concreto que aponte para o risco de distorção no resultado das urnas. Defendi a tese de supostas fraudes com base em informações erradas, que me foram fornecidas por terceiros”, declarou o indígena. 

Serere chamou o presidente Lula de irmão e pediu desculpas para ele e também para o ministro Alexandre de Moraes. A retratação também se estendeu ao povo Xavante e aos fiéis que acompanham sua igreja. 

“Peço, humildemente, desculpas ao povo brasileiro por eventuais declarações exageradas que fiz, ao criticar o sistema eleitoral brasileiro. Da mesma forma, peço desculpas ao Supremo Tribunal Federal; ao Tribunal Superior Eleitoral; ao presidente irmão Lula; ao irmão Alexandre; à minha família; à minha querida tribo Xavante; e aos meus amados irmãos da nossa igreja”, comentou na carta. 

Por fim, o indígena declarou que para “evitar a divulgação de mentiras” sobre sua vida, as únicas pessoas que podem falar em seu nome são seus advogados Jéssica Tavares, Pedro Coelho e João Pedro Mello. Nesta terça-feira (3) chegou a circular em redes bolsonaristas uma notícia falsa apontando a morte do indígena, que teria sido causada por um envenenamento. A informação foi logo desmentida por outros integrantes do mesmo grupo de Serere. 

Leia a íntegra da carta: 

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