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Alvo de operação da PF, vereador Paulo Henrique é acionado na Comissão de Ética

Da Redação - Luis Vinicius / Do local - Max Aguiar

O presidente da Câmara dos Vereadores de Cuiabá, Chico 2000 (PL), acatou, na manhã desta segunda-feira (10), pedido da bancada de oposição e vai acionar o vereador Paulo Henrique (MDB) na Comissão de Ética da Casa de Leis. A solicitação ocorre depois que o parlamentar foi alvo de busca e apreensão na Operação Ragnatela, que investiga um grupo criminoso suspeito de lavar dinheiro por meio de casas de shows.

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Assinaram o documento: Maysa Leão (Republicanos), Dilemário Alencar (União), Sargento Joelson (PSB), Demilson Nogueira (PP), Luiz Fernando (União), Michely Alencar (UB) e Eduardo Magalhães (Republicanos). Caso o requerimento seja acolhido, Paulo Henrique poderá ter o mandato cassado. O requerimento será lido em plenário nesta terça-feira (11), para que os vereadores e a sociedade sejam informados de forma oficial.
 
“Os Vereadores abaixo assinados solicitam a Mesa Diretora da Câmara Municipal de Cuiabá que o grave caso que envolve o nome do vereador Paulo Henrique seja remetido à Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, para os devidos encaminhamentos, devendo a apontada Comissão emitir parecer sobre o caso, observado o devido processo legal e o direito de ampla defesa e do contraditório ao Parlamentar”, diz trecho do documento que a reportagem teve acesso.
 
De acordo com a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), o vereador é suspeito de usar o Sindicato dos Agentes de Regulação do Município de Cuiabá (Sindarf-MT), da qual é presidente, para lavar dinheiro oriundo do tráfico. Agentes também cumpriram mandados de busca e apreensão no local.

"A Comissão de Ética não age se não for provocada. Então, nós fizemos essa provocação para que o caso do vereador Paulo Henrique seja apurado pela Comissão de Ética. Ele precisa, no mínimo, trazer explicações e provas de que não está envolvido. Se ele não conseguir comprovar, ele precisa ser cassado", disse a vereadora Maysa.

Também membro do grupo de oposição ao prefeito na Casa de Leis, o vereador Luiz Fernando (UNIÃO) falou com a reportagem do Olhar Direto e comentou que por enquanto não viu nenhum tipo de defesa por parte de Paulo Henrique e nem foi procurado para ouvir qualquer explicação. Por isso ele apoia que a Comissão de Ética seja acionada para dar oportunidade do colega parlamentar se defender. "Pelo menos eu e nem minha equipe fomos procurados para saber o que de fato aconteceu. Então, não estamos aqui para jogar pedra ou julgar ninguém, mas para saber as explicações do vereador. A Comissão é uma oportunidade dele se explicar e dar sua versão dos fatos. O que sabemos é o que está na imprensa. Por isso, inclusive, foi deferida pelo presidente Chico 2000 que seja aberta a Comissão para o Paulo de explicar. É necessário que tudo isso seja apurado", comentou o vereador. 
 
O grupo criminoso chegou a comprar uma carga de telha avaliada em R$ 10,5 mil e distribuir na sede da entidade. A informação consta nos autos da decisão assinado pelo juiz de direito João Francisco Campos de Almeida, que desencadeou a ação, na última quarta-feira (5).
 
O parlamentar foi alvo de busca e apreensão, tendo seu veículo detido pelos policiais. Ele é apontado como suspeito de auxiliar na liberação de licenças e alvarás para casas noturnas supostamente usadas em um esquema de lavagem de dinheiro para o Comando Vermelho (CV).
 
Em nota encaminhada à imprensa, Paulo Henrique negou as acusações. Ele ressaltou que jamais exerceu qualquer poder de influência na liberação de eventos e lembra que as casas de shows que também foram alvo da operação foram autuadas durante fiscalização.
 
O vereador ainda disse que não tem relação com os fatos que assessores realizam em particular, “quando tomado conhecimento de algo ilícito faço as medidas cabíveis de exoneração”.
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