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Notícias / Cidades

Passageira denuncia motorista de aplicativo por tentativa de estupro em Cuiabá

Da Redação - Fabiana Mendes

Uma passageira de 24 anos denunciou uma tentativa de estupro durante uma corrida solicitada pelo aplicativo 99Pop, na madrugada desta segunda-feira (21). O relato da vítima repercutiu nas redes sociais e outras mulheres que já foram passageiras do homem relataram comportamentos estranhos e até assédio.  

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O episódio foi registrado por volta de 2h da madrugada, quando ela voltava da casa de uma amiga no bairro Jardim Industriário, com mais uma colega. Segundo a empreendedora, o bairro é conhecido por ser perigoso, os motoristas de aplicativo não vão até o local.

“A gente subiu até a avenida para pegar o carro. Tem um prostibulo na avenida e era o local mais movimentado às 2h da manhã. Só que não ficamos neste local, fomos para o outro lado da rua”, explica.

Ela e a amiga então entraram no carro às 2h13 e o motorista seguiu sentido ao posto de combustíveis São Matheus. A empreendedora então pediu para ele seguir a rota mais rápida, que seria pela avenida das Torres, mas teve o pedido ignorado.

“Ele falou que não podia mudar a rota e eu pedi para ele nos deixar no posto São Matheus, lugar movimentando onde podíamos pegar outro carro”, pontua. “Mas ele não queria nos deixar no posto, ele queria deixar em qualquer outro lugar, menos lá”.

O condutor teria parado o carro antes do posto e pedido para que as amigas saíssem do veículo. Como estava muito longe do posto, elas se recusaram a sair do carro. “Ele falou que como não queríamos parar ali, não iriamos parar em nenhum lugar e acelerou o carro reto. Quando passou do posto, ele parou o carro em um local escuro e falou que era para descermos”, afirma.
 
A amiga desceu do veículo e a empreendedora também estava saindo, quando percebeu que tinha esquecido a bolsa no carro. O motorista teria acelerado e ela pulou no carro para pegar a bolsa. “Ele saiu comigo dentro do carro de novo. Foi aí que minha amiga gravou o vídeo que postei nos stories”.

“A todo momento ele falava para eu me jogar e acelerando o carro. O que custava ele ter parado o carro? Eu só queria pegar minha bolsa e descer”.

Ainda conforme relato da empreendedora, o motorista teria seguido para um local ermo, onde desligou o carro. No local, disse que só buscaria a amiga dela se ela aceitasse a fazer sexo com ele.

“Eu só falei ‘pelo amor de Deus, não me estupra’. Foi aí que ele ficou mais alterado, eu achei que ele ia me matar, ele pulou para o banco de trás e tirou uma camisinha do bolso. Quando vi isso, pensei que ele tinha o costume de fazer isso”, relata.

A jovem afirma que foi obrigada a masturbar o motorista e depois de cerca de cinco minutos, a amiga que desceu do carro chegou acompanhada da colega e do marido, da casa onde estavam antes de irem embora.
“Eu não fui a primeira e acho que não vou ser a última. Eu quero que ele saia do aplicativo e que seja punido. Essa é minha intenção”, assevera.

A empreendedora foi até a Delegacia da Mulher, mas como o sistema de registro de boletim estava fora do ar, não conseguiu denunciar o caso formalmente à Polícia Civil.

Versão do acusado

Em um vídeo publicado nas redes sociais o motorista alegou que o aplicativo direcionou a corrida para a avenida Fernando Corrêa e que mesmo após pedido da passageira para seguir o caminho mais rápido, ele se recusou.

Diante disso, conforme versão do acusado, a passageira teria dito que não queria seguir viagem e ele afirmou que encerraria a corrida e deixaria ambas no local.

“Fui levando pra perto do posto onde ela queria ficar. Ela pegaria outra corrida e eu ia embora, quando estávamos chegando perto, quando encostei e parei, a amiga dela saiu correndo, abriu a porta e já saiu. Eu achei estranho e falei que ia fechar a porta. Ela falou que não precisava, que não tinha dinheiro e não iria pagar”.

“Como assim não vai pagar? Eu sou trabalhador, preciso do dinheiro. O dinheiro é para pagar o carro, minhas dívidas, as contas que eu tenho, cartão”, acrescenta.

O homem afirma que a mulher iria fugir sem pagar e por este motivo, resolveu acelerar. “Quando acelerei, ela voltou e disse ‘minha bolsa’, e entrou no carro. E eu falei ‘me paga’. Ela disse ‘não tenho dinheiro’. Eu falei ‘me paga, me paga’”.  

“Ela disse ‘para, moço’. E eu falei ‘eu não vou parar enquanto você não me pagar’. Eu já estava com raiva, injuriado, trabalhando até 2h da manhã para ficar nessa situação”, diz.

O motorista diz também que falou para ela pular do carro, caso quisesse sair. “Ela não queria me pagar e começou a se oferecer pra mim”, afirma. Ainda conforme ele, a jovem teria começado a acariciá-lo.

Por fim, ele diz que puxou a jovem de dentro do carro para que ela saísse.

O homem diz que não pode voltar para casa e que está sendo ameaçado de morte. No vídeo ele chora, afirma é cristão e que já foi missionário. Diz também que teve a vida destruída, que já procurou um advogado e que está disponível para esclarecimentos da polícia.

99Pop

A 99 lamenta profundamente o caso relatado pela passageira Raquel Cristina. Assim que tomamos conhecimento, banimos o motorista e mobilizamos uma equipe que está tentando contato com a Raquel para acolhimento e suporte necessários. Estamos disponíveis para colaborar com as investigações das autoridades, caso necessário. 
 
Temos uma política de tolerância zero em relação a  qualquer forma de assédio ou violência sexual. A empresa dedica seus esforços na prevenção, proteção e acolhimento de todos os usuários da plataforma, principalmente para as mulheres. Entre as medidas, está o kit de segurança, disponível no escudo azul diretamente no app, que oferece a opção de compartilhar a rota com contatos de confiança, gravação de áudio e botão para ligar direto para a polícia.
 
Passageiras e motoristas que tenham sofrido esse tipo de violência devem reportar imediatamente para a empresa, por meio de seu app, ou no telefone 0800-888-8999 para que as medidas cabíveis sejam tomadas. Trabalhamos 24 horas por dia, 7 dias por semana, para cuidar exclusivamente da proteção dos usuários, sejam elas motoristas ou passageiras e oferecer atendimento humanizado e acolhimento. Em caso de assédio a uma mulher, o atendimento é exclusivamente feminino.


 
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