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Em discurso na Câmara, Paccola cita Bíblia e manda recado a policiais militares: “Não esmoreçam”

Da Redação - Isabela Mercuri / Do Local - Airton Marques

O vereador tenente coronel Paccola (Republicanos) discursou na sessão da Câmara de Vereadores de Cuiabá na manhã desta terça-feira (5) e direcionou sua fala aos policiais militares, afirmando: “Não esmoreçam”. Segundo Paccola, no momento em que atirou no agente socioeducativo Alexandre Miyagawa na última sexta-feira (1), não havia outra interpretação possível que não a de que ele iria atirar na própria esposa, e ele agiu inclusive colocando a própria vida em risco.

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Paccola afirmou que tem mais de três mil tiros de treinamento e mais de mil horas como aluno. Também afirmou que a situação não é confortável para ele, que externa seus sentimentos de pesar aos amigos e familiares de Alexandre. Logo depois, citou um versículo bíblico: “Você não compreende agora o que estou lhe fazendo; mais tarde, porém, entenderá” (João 13:7).

“Não sei porque os desígnios de Deus fizeram que eu estivesse lá naquele dia, naquela hora”, afirmou o vereador. Ele disse, ainda, que foi “o primeiro dentro da reunião dos vereadores a pedir que a Câmara acompanhasse as investigações” e continuou: “Não quero que não seja feita justiça, quero que seja feita justiça e ela é feita pelos órgãos investigativos”.

Logo depois, Paccola passou a direcionar sua fala aos policiais militares que, segundo ele, tem lhe mandado mensagens: “Quero dizer não se abalem, não esmoreçam. Algumas pessoas dizem que eu não sou policial, sou vereador. Mas eu estou vereador e sou policial 24h, sempre fiz o cumprimento do meu juramento”.

O vereador afirmou que agiu em três segundos e, agora, está sendo julgado por pessoas “que veem uma barata e pulam para cima de uma cadeira”, e lamentou os “juízes de facebook” e “promotores de instagram”.

“Qual a lógica de alguém arriscar sua vida por alguém que você não conhece? Você faz aquilo porque Deus te deu um dom, é o dom da honra. Não deixem se abalar por essas circunstâncias, fiquem tranquilos, fiquem em paz”, completou o parlamentar, ainda falando com os policiais. 

O caso

O caso aconteceu na Avenida Arthur Bernardes, no bairro Duque de Caxias, e há duas versões. Paccola diz que Alexandre estava ameaçando a própria esposa com uma arma, e que agiu para impedi-lo de matá-la. Já a esposa diz que não houve nenhuma ameaça e que o vereador “chegou atirando”. Em um vídeo divulgado, é possível ver que no momento do tiro, Alexandre estava de costas para o vereador.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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