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PM formou grupo de extermínio para dominar tráfico de drogas e inocentes foram assassinados, aponta investigação

Da Redação - Fabiana Mendes

Ao formar grupo de extermínio e conduzir uma milícia privada, o sargento da Polícia Militar Manoel Santos da Silva pretendia dominar o tráfico de drogas na cidade de Brasnorte (508 km de Cuiabá). Ele, inclusive, tem passagem criminal por isso. Para coordenar a região, Manoel armava emboscadas, instalava o medo em todos a sua volta e agia como dono da cidade. 

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A investigação conduzida pelo delegado de Brasnorte Eric Fantin revelou que o militar fazia questão de dizer que "ninguém matou mais vagabundos do que ele". No histórico de mortes, há pessoas inocentes, sem envolvimento com qualquer tipo de crime. 

Na cidade fala-se em cerca de 40 homicídios com envolvimento do policial. Até o momento há seis mortes provadas, sendo que três já estão com inquéritos finalizados. Mais quatro estão em fase inicial de investigação. 

"Os (criminosos) que tinham envolvimento com droga ele matou para tomar o lugar da pessoa. Ele, inclusive responde um processo por tráfico de drogas em Aripuanã. Está concluso para sentença do juiz. Aqui (Brasnorte) ele queria manter o domínio do território. Ele matou muita gente, questões de cobrança de contas, a pessoa tinha problema com alguém e pagava ele para matar. Todo tipo de morte tem nas 'costas' dele", explicou o delegado Eric Fantin em entrevista ao Olhar Direto

Morte por disputa de terra 

Elson Baragão, de 57 anos, foi assassinado no dia 9 de julho de 2020 com três tiros. Junto ao corpo, estava uma motocicleta, mochila e um par de óculos. O capacete não estava ali, mesmo Elson estando a 30 km do centro da cidade.

Conforme a investigação, ficou claro que o capacete havia sido retirado da cena de crime. O equipamento de segurança foi removido para que os disparos fosse efetuados na cabeça e também porque ele estava com as digitais do assassino. 
 

A motivação do crime seria o fato de Elson estaria retirando madeira de um grilo dominado pela quadrilha liderada por Manoel. 

Quem também acabou morto foi o irmão de Elson. Carlos Alexandre estava na cidade de Vilhena (RO) e acabou assassinado a tiros. O motivo seria o mesmo. Atuação na área dominada pelo policial. 

Prisão 

A prisão preventiva contra o militar foi expedida pela Justiça na quinta-feira (21) e ele se apresentou ao Batalhão da Polícia Militar de Tangará da Serra na tarde de sexta-feira (22), ocasião em que teve a ordem judicial cumprida.
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