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Com aval nacional, Neri sacramenta aliança com PT e será ponte de Lula com o agronegócio

Da Redação - Airton Marques

Sem espaço no palanque do governador Mauro Mendes (União), o deputado federal Neri Geller (PP) já aceitou atuar como ponte entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o setor do agronegócio. Dessa forma, será o candidato ao Senado da federação formada por PT, PV e PCdoB, que até agora batia cabeça na busca por fechar a chapa majoritária para as eleições de outubro. A confirmação da composição que já ventilada nos bastidores políticos de Mato Grosso foi divulgada na tarde desta quinta-feira (07) pela Globo News, no jornal “Edição das 18H”.

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A aliança em Mato Grosso foi construída pelas executivas nacionais dos partidos e é tida como primordial para que Lula consiga apoio num estado com economia ancorada na agropecuária e de viés bolsonarista. Buscando furar essa bolha, Lula já havia colocado o vice de sua chapa, Geraldo Alckmin (PSB), como o homem responsável por conversar com o setor.

A aliança do produtor rural e vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) com a centro-esquerda tem o aval do comando nacional do PP e passa pelo ex-governador Blairo Maggi (PP), que é amigo de Neri e tem um histórico de boa relação com o ex-presidente Lula.

A composição também foi confirmada pelo senador Carlos Fávaro (PSD) à Globo News. Ele é o principal articulador da candidatura de Neri à Senatória, que teve o aval para tal aproximação do presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab.

O desembarque da base maurista deve ser anunciada por Neri ao próprio governador nesta quinta-feira. O pré-candidato tem reunião marcada com Mauro, no Palácio Paiaguás.

O projeto de Neri começou a ser construído ainda no ano passado, quando teve aval do partido e apoio do PSD. Sua expectativa era ser o candidato no palanque de Mauro, com o mesmo arco de alianças que elegeu o governador em 2018 e o senador Fávaro em 2020 - durante eleição suplementar. No entanto, só conseguiu o compromisso do MDB, presidido pelo deputado federal Carlos Bezerra.

Neste período, Mauro foi mantendo Neri e seu grupo à 'banho-maria', dizendo que só iria tratar de eleição e candidatura neste ano. O pré-candidato só não esperava que o governador ficasse dividido, após o presidente da República, Jair Bolsonaro, se filiar ao PL, partido do senador Wellington Fagundes, pré-candidato à reeleição.

Mauro, mesmo após se reunir com a nacional do PL, garantiu que não tinha decisão tomada e avaliava para quem daria seu apoio na disputa ao Senado. A aproximação com Wellington, no entanto, ficou ainda mais forte e evidente, fazendo com que Neri buscasse outro caminha para manter a viabilidade do projeto. A única saída foi buscar a federação liderada pelo PT, que em Mato Grosso ainda não tinha sacramentando a candidatura ao Senado.

O rompimento com Mauro pode sair caro para o governador, já que a aproximação com a federação, deve fazer com que o grupo pró-Lula tenha, além do PP e PSD, a adesão do MDB, PSDB e Cidadania.
 
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