Após permanecer por sete anos e três no comando de Mato Grosso, o ex-governador Blairo Maggi (PR), admite o verdadeiro desgaste político com o escândalo que envolve a aquisição de 705 máquinas para o Estado e declara que a situação tirou o “brilho” de sua saída. “Nunca escondi nada debaixo do tapete, mas é uma pena ver que um deslize pode comprometer todo o governo e a situação tirou o brilho da minha saída”, disse o republicano em tom de desabafo, nesta segunda-feira (3).

Reunido durante toda a manhã de hoje com a cúpula do Partido da República (PR), Maggi disse que vai manter sua pré-candidatura ao senado e afirma que tudo continua igual. O republicano não acredita que a denúncia do suposto superfaturamento de R$ 26 milhões possa atingir em “cheio” o projeto político.

“Voluntariamente não vou desistir. Mas tudo depende do cenário político e o partido pode até mesmo querer discutir e repensar para uma ampliação da composição política”, frisou. No entanto, o ex-governador disse que retornou de férias hoje e pretende colocar o pé na pré-campanha para viabilizar o nome à uma das duas vagas ao senado.

Questionado sobre a denúncia do Ministério Público Estadual, Blairo Maggi disse acreditar que as investigações devem terminar antes das eleições de outubro, o que evitaria mais desgaste no decorrer do processo eleitoral.

O programa “Mato Grosso 100%Equipado” foi uma das últimas grandes ações de Maggi e contemplou todos os 141 municípios mato-grossenses. O republicano se demonstrou abatido ao falar com a imprensa na manhã de hoje e anunciou que chegou a chorar quando recebeu a denúncia.

"Quando se é governador você assume os ônus e bônus da administração. E por isso determinei a auditoria. Mas acredito que tudo será esclarecido e o resultado final apontará que não houve superfaturamento, mas, sim, cobrança de juros indevidos”, pontuou.