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Vaccari diz que só faz acareação com doleiro se for obrigado

Folha Online

O tesoureiro do PT e ex-presidente da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo), João Vaccari Neto, rechaçou nesta terça-feira, no Senado, que tenha se reunido mais de uma vez com o doleiro Lúcio Bolonha Funaro para tratar de operações financeiras.

Confrontado pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que disse ter informações seguras de que Vaccari e o doleiro "se encontraram uma vez na sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo e outras três vezes no sede da Bancoop", o tesoureiro manteve a versão de uma única reunião, mas afirmou que só aceitaria fazer uma acareação com Funaro se fosse convocado pela CPI das ONGs do Senado, ou seja, se for obrigado a comparecer.

Em depoimento à comissão, Vaccari voltou a chamar de "midiáticas" as denúncias de José Carlos Blat, promotor do Ministério Público de São Paulo, que acusa o petista de desvios da cooperativa para campanhas do PT e de aplicação irregular de dinheiro de fundos de pensão estatais. "Não houve superfaturamento na Bancoop em nenhuma hipótese, da mesma forma que não houve contribuições a partidos políticos."

Vaccari também negou ter uma "relação umbilical" com o grupo Schahin, que, segundo Funaro, "é alvo de uma série de investigações da polícia e do Ministério Público por suspeita de fraudes como lavagem de dinheiro e evasão de divisas". A Schahin disse que as acusações do doleiro são falsas.

"Eu, enquanto pessoa física, não tenho nenhum relacionamento como a Schahin. No caso da Bancoop, tentamos fazer um processo de negociação para conclusão de obras, mas não tivemos sucesso", afirmou o tesoureiro.

Segundo Vaccari, "não é verdade" que ele recebia dinheiro semanalmente de Luiz Malheiro, presidente da Bancoop de 1996 a 2004, enquanto era presidente do Sindicato dos Bancários. Ele defendeu a captação de R$ 36 milhões de fundos de pensão estatais, argumentando que à época os títulos da Bancoop eram valorizados.

Dias protocolou requerimento pedindo acareação entre o petista e o doleiro. O presidente da CPI, Heráclito Fortes (DEM-PI), afirmou que vai colocar o pedido em votação na próxima terça-feira.
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