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Dez anos depois, projeto do Senado flexibiliza Lei de Responsabilidade Fiscal

Folha Online

Exatamente dez anos depois da sanção da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o Senado aprovou nesta terça-feira projeto de um tucano que flexibiliza sua aplicação, permitindo que os Estados e o Distrito Federal possam obter empréstimos da União ou de organismos internacionais mesmo que estejam no limite do endividamento permitido pela lei.

Segundo o texto aprovado na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), a flexibilização só será possível para projetos de modernização das administrações tributária, financeira, patrimonial e previdenciária e para a gestão de programas sociais. Os municípios já estão contemplados na LRF.

O autor da proposta, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), afirmou que não faz sentido que o governo que pouco arrecada, perde receita, tem excesso de gasto com pessoal ou possui dívidas deixe de receber apoio financeiro para investir ações que o levariam a melhorar a receita e a controlar gastos.

"Não estamos flexibilizando nada. A mudança apenas permitirá que o Estado que está no limite de endividamento autorizado pela LRF busque financiamento para melhorar sua gestão", defendeu o tucano.

A LRF institui um regime disciplinar para os gastos públicos, com mecanismos de controle do endividamento e da despesa, além de normas coercitivas e de correção de desvios do administrador público. A lei determina que o máximo que o Executivo pode gastar com pessoal é 49% do que o Estado arrecada. Quem não cumprir a lei fica proibido de receber transferências voluntárias da União e de obter empréstimos.

O texto aprovado nesta terça-feira também altera a LRF para ampliar a capacidade de uma estatal que não depende do Tesouro de conceder garantias em operações de créditos de suas subsidiárias e empresas que controla.

Atualmente, uma estatal só pode prestar garantia proporcional às ações que têm na subsidiária. "Como está, a LRF tem dificultado o apoio financeiro para investimentos, especialmente em infraestrutura, realizados por meio de empreendimentos em parcerias entre empresas públicas e privadas", disse Tasso.

O projeto segue agora para o plenário do Senado e depois para a Câmara, antes de ir à sanção do presidente.
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