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Mães de Luziânia cobram medidas mais duras contra quem pratica crimes hediondos

ABr

As mães de Luziânia (GO) que tiveram seus filhos assassinados pelo pedófilo Ademar de Jesus da Silva participaram, hoje (6), de uma sessão de homenagem pelo Dia das Mães promovida pela Comissão de Direitos Humanos, do Senado.

Esvaziada pela presença apenas do presidente do colegiado, Cristovam Buarque (PDT-DF), e dos senadores José Neri (P-SOL-PA) e Serys Slhessarenko (PT-MT), a sessão de homenagem serviu para que as mães cobrassem do Legislativo e do Executivo medidas mais duras contra pessoas condenadas por crimes hediondos.

Elas confirmaram que processarão o Estado pela perda dos filhos. Valdirene Fernandes da Cunha, uma das mulheres que teve o filho assassinado, afirmou que o cidadão não tem culpa e não pode pagar por problemas de responsabilidade dos governantes como a superlotação das penitenciárias.

“O Estado tem que dar uma proteção maior ao cidadão. Se as penitenciárias estão superlotadas e resolvem soltar [os presos], nossos filhos não têm culpa alguma. Eles [os criminosos] estão aí, do nosso lado”, disse Valdirene. Até hoje, as mães ainda não tiveram os corpos de seus filhos liberados para que possam enterrá-los.

Já Cirlene Gomes de Jesus, mãe de outra vítima do pedófilo, foi mais incisiva. “Numa altura dessas, pedidos de desculpas não resolvem nada. Recebo esta homenagem com a maior tristeza. Antes, eu vinha à Brasília na esperança de encontrar meu filho”. Perguntada sobre as reivindicações que fariam aos parlamentares, Cirlene disse que as mães de Luziânia querem que tanto o Legislativo quanto o Executivo cumpram com suas obrigações.

“Eles vivem nos pedindo para confiar na Justiça. Nós queremos, agora, que eles façam o que pedem, que é tomar medidas para que a gente possa confiar na Justiça”.

Outra reivindicação das mães é que a Polícia Federal continue no caso. Elas não estão convencidas de que os assassinatos dos adolescentes tenham sido praticados somente por Ademar de Jesus. Para Cirlene e as demais mães, não haveria como os assassinatos terem sido praticados somente pelo pedreiro.

O suicídio de Ademar, em um presídio de Goiânia, também é questionado pelas mães, que não descartam a possibilidade de queima de arquivo. “Se ele saiu de Luziânia com medo de ser morto, porque iria se matar em Goiânia?”, questionou Cirlene.
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