O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), descartou nesta quinta-feira qualquer tipo de retaliação a deputados da base aliada que votaram na madrugada de ontem pelo fim do fator previdenciário e um aumento de 7,7% para os aposentados.

Vaccarezza disse, inclusive, não tratar a atitude da base como traição, "mas sim como um excesso de cuidado em ano eleitoral". "Foi um erro político pontual, então não teremos nenhuma retaliação. Até porque ontem evitamos que teses eleitoreiras continuassem", disse, em referência a votação da medida provisória aprovada ontem que manteve o valor do salário mínimo em R$ 510.

O deputado voltou a falar que o presidente Lula deve vetar as propostas caso o Senado não modifique o texto. "Acho que ele não tem outra saída. Não tem eleição que o faça ser irresponsável."

Vaccarezza também criticou a atitude do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que disse que o aumento para os aposentados e o fim do fator devem prevalecer. "Ele não deveria adiantar a votação."

Na madrugada desta quarta-feira, os deputados aprovaram na mesma medida provisória o fim do fator previdenciário e o aumento de 7,7% para os aposentados que ganham acima de um salário mínimo. A MP falava em 6,14% de aumento, mas o governo aceitaria conceder 7%.