O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), defendeu nesta quinta-feira a criação de um órgão de autorregulamentação da mídia. A ideia é seguir o modelo do Conar (conselho de autorregulamentação publicitária), organização mantida pelo setor publicitário, anunciantes e empresas de comunicação para fiscalizar a ética da propaganda comercial.

O petista argumenta que o órgão se faz necessário principalmente em período eleitoral. "Isso poderia impedir a partidarização de coberturas, ainda mais com essa polarização nas eleições presidenciais que estamos tendo", explicou.

Vaccarezza rechaçou a ideia de que a autorregulamentação possa criar uma espécie de censura para imprensa. Em sua opinião, a proposta é um caminho "para ter equilíbrio no funcionamento da mídia".

"Sou contra usar a justiça para proteger a mídia. Por isso, faríamos uma espécie de regramento 'político'. É uma defesa para a liberdade de imprensa", disse.

Segundo ele, a criação do órgão teria que ser definida por deputados e senadores, mas seu funcionamento seria externo. O líder exemplificou dizendo que o órgão poderia servir para a exigência de retratações de eventuais equívocos cometidos pela imprensa. "Quem se sentir prejudicado não iria para a Justiça, mas procurar este órgão", disse.

O único veículo que não poderia se enquadrar nas normas do órgão é a internet, diz Vaccarezza.

A mesma ideia foi defendida esta semana por entidades que representam os principais grupos de comunicação do país, durante debate realizado na Câmara dos Deputados.