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Miss Brasil 2010 diz que investiu em concurso de beleza para poder ser ela mesma

Folha Online

Quando criança, a estudante de jornalismo Débora Lyra, 20, costumava roubar os sapatos de salto alto da mãe, Nila, para desfilar pela casa.

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O interesse pelo mundo da moda, no entanto, foi passando quando descobriu que poderia imprimir pouco de sua personalidade nas passarelas. Foi quando começou a se interessar pelos concursos de miss.

"Eu queria ser eu mesma. Gosto de desfilar e sorrir. Na passarela, eu não podia fazer isso, mas, como miss, eu posso", afirma.

Apesar de dizer que o segredo de sua vitória no Miss Brasil 2010 foi justamente ser ela mesma, Débora não deixou de passar por um treinamento puxado, que começou há dois anos e envolveu, inclusive, mudar de cidade.

Capixaba de Vitória, ela foi vista pelo organizador do Miss Minas Gerais, José Alonso Dias, quando disputou --e venceu-- o concurso Top Model of the World em 2008.

Responsável por transformar Natália Guimarães em miss Brasil em 2007, Dias convenceu Débora de que ela deveria se mudar para Divinópolis, onde ele tem sua agência, para ser treinada para virar miss Minas, e depois miss Brasil.

Débora assim o fez e passou a ter uma rotina de tratamentos estéticos, malhação, aulas de passarela e sessões de fonoaudiologia. Para parte dessas atividades, enfrentava 1h de carro entre Divinópolis e Belo Horizonte diariamente.

Ela também fez uma viagem aos Estados Unidos, onde passou três meses aperfeiçoando o inglês, que ela afirma ser fundamental para qualquer profissão. "Inclusive miss", diz já com olhos no Miss Universo.

Foi também nos Estados Unidos que decidiu, junto com "o cabeleireiro do Michael Jackson", qual seria a melhor tonalidade para seu cabelo, que foi um pouco escurecido para o concurso.

Segundo a nova mulher mais bonita do Brasil, seu projeto agora é mudar a cabeça das pessoas com relação às misses.

"Eu quero mostrar que uma mulher bonita --modéstia à parte--pode representar muito bem o Brasil lá fora", afirma.

Agora, para se preparar para disputar o Miss Universo, ela deve se mudar para o Rio de Janeiro, onde, diz, a preparação deverá ser ainda mais intensa.

"Eu sempre quis ser famosa. Adoro essa coisa de flashes, autógrafos...", conta Débora, que, no futuro, pretende ter seu próprio programa de televisão.

Cerimônia

Pouco antes de entrar no palco, as candidatas a miss Brasil 2010 se dividem entre confiantes e nervosas.

Miss Amapá, Andréia Rodrigues, 21, está no primeiro time. Sentada enquanto espera para "entrar e dar um show", ela explica que a experiência como modelo a faz ficar mais tranqüila.

Já Miss Mato Grosso do Sul, Kátia Talon, 24, diz que está com dor de barriga de tão nervosa. "É uma responsabilidade grande. Todo o Estado está torcendo por mim", diz.

Os maquiadores dão os últimos retoques e os cabeleireiros vão passando de miss em miss para uma última aplicação de laquê.

"É muito prazeroso trabalhar com elas, porque elas já são lindas", explica Augusto Rebello.

Hora de entrar no palco. Além das 27 candidatas, seis dançarinos profissionais ajudam a fazer as coreografias.

Já no primeiro bloco, ocorre o desfile de trajes típicos, mas só no telão. Essa parte da transmissão havia sido pré-gravada na noite anterior, apesar de o apresentador Otávio Mesquita dizer que "estamos aqui ao vivo" e a tarja de "ao vivo" da transmissão da Band aparecer na tela durante parte do vídeo.

Ainda que pelo telão, é impossível não reparar na criatividade dos estilistas para escolher os temas dos trajes, que representam desde "os encantos dos rios do Estado de São Paulo" ao "melhoramento genético do Mato Grosso".

No final, o prêmio de melhor traje fica com Débora Lyra, que vestiu uma roupa que representava as "pedras preciosas de Minas Gerais".

Outro prêmio importante da noite, o de Miss Simpatia, ficou com a Miss Sergipe, Nayane Pacheco, 23.

Logo em seguida, ocorre o primeiro corte, feito exclusivamente pelo júri técnico, que faz a escolha antes do programa.

Ficam 15 candidatas. A partir daí, elas passam a ser avaliadas pelos jurados que estão na platéia.

"Em muitos países, há três ou quatro perfeitas e as outras são só bonitas, mas aqui as 27 são perfeitas", diz o jurado Robert Rey, do programa "Dr. Hollywood", da RedeTV!.

"As brasileiras são sempre fortes concorrentes para nós", confessa a atual miss Universo, a venezuelana Stefanía Fernandez, antes de subir ao palco para ser entrevistada pela apresentadora Nayla Micherif, miss Brasil 1997.

Entre desfiles de gala, casual e de maiô, as concorrentes se transformam em dez. E, em seguida, em cinco.

Ao entrar no palco para seu último desfile como miss Brasil 2009, Larissa Costa se atrapalha com o forro de seu vestido e dá um pequeno tropeço.

Antes da decisão final, as perguntas para checar a desenvoltura das misses: "Se pudesse voltar no tempo, o que mudaria?" "Se fosse um animal, qual seria?"

Batido o martelo, Stefanía e Larissa voltam ao palco para coroar Débora Lyra como a miss Brasil 2010.
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