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Suspeitas contra Tuma Jr. são "sérias", diz Padilha

Folha Online

O ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) disse neste segunda-feira que considera sérias as denúncias envolvendo o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Jr, mas defendeu o direito dele se defender no cargo.

"Lógico que [as denúncias contra Tuma Jr.] é considerado um caso sério", disse o ministro ao final de uma reunião com o presidente Lula, em Brasília. Segundo ele, a situação de Tuma Jr. não foi discutida no encontro.

Padilha negou que a permanência de Tuma Jr. no cargo possa gerar constrangimento ao governo. Na avaliação dele, o fato de o secretário estar sendo investigado mostra que as instituições funcionam no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Só fortalece o governo o fato de as instituições estarem funcionando e também o direito das pessoas se defenderem e serem respeitadas", disse Padilha.

Ele informou que o governo não vai tomar nenhuma medida contra Tuma Jr. antes da conclusão das investigações da Polícia Federal.

"As instituições permitem que as coisas fiquem às claras e enquanto a avaliação está sendo feita não há nenhuma medida do governo a ser tomada sobre isso."

Hoje a Comissão de Ética Pública abriu procedimento preliminar de investigação contra Tuma Jr. O órgão vai pedir informações à PF é a Justiça Federal de SP e concedeu cinco dias para que o secretário se manifeste sobre as denúncias.

Após análise das informações, a comissão pode decidir pela abertura de um processo disciplinar contra Tuma Jr. ou então pelo arquivamento do caso.

Padilha disse que vê com naturalidade a investigação da Comissão de Ética Pública contra Tuma Jr.

"É normal a comissão de ética pedir explicação para qualquer servidor público. Esse é o papel dela", disse.

Investigação da Polícia Federal obteve gravações telefônicas e troca de e-mails entre Tuma Jr. e Li Kwok Kwen, o Paulo Li, que foi preso em 2009 sob acusação de contrabando.

Nas gravações, Tuma Jr., que também é presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria, trata da compra de um celular, de videogame e até de regularização da situação de chineses que viviam clandestinamente em São Paulo. Embora tenha sido flagrado nos grampos da PF, o secretário não foi alvo do inquérito.
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