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Polícia prende suspeito de tentar explodir delegacia com dinamite na Grande SP

Folha Online

Apontado pela polícia como responsável por tentar explodir a sede da Delegacia Seccional de Taboão da Serra (Grande SP) usando um carro bomba com 12 quilos de dinamite, o foragido da Justiça Luciano da Conceição Rodrigues, 35, conhecido como Vida Loka, foi preso na manhã de hoje, em Indaiatuba (98 km de SP).

Rodrigues é considerado "sintonia" (espécie de gerente) da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) para a região do sudoeste da Grande São Paulo, onde comandava a maior parte dos pontos de tráfico de drogas.

Em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, a Polícia Civil flagrou Rodrigues promovendo o "julgamento" de um homem acusado de estupro.

Como "sintonia" do PCC, Rodrigues queria que o homem fosse assassinado. Mas em debate feito por telefone com presidiários e outros membros do PCC que estão nas ruas, Rodrigues foi voto vencido e a facção criminosa resolveu poupar a vida do suposto estuprador.

Rodrigues teve suas conversas telefônicas monitoradas pela polícia durante 90 dias. Em várias delas, o acusado aparece negociando a compra de armas de uso exclusivo das Forças Armadas, inclusive fuzis.

Ao mesmo tempo em que Rodrigues era preso em sua casa em Indaiatuba, outros quatro acusados de integrar o PCC e ajudá-lo no tráfico foram presos nas cidades de Cotia, Santana de Parnaíba e Embu, todas na Grande São Paulo. Um desses presos é Márcio da Conceição Rodrigues, 34, o Guga, irmão de Vida Loka.

Também estão presos Maicon Suel Alves Pereira, o Cocão, Fabio Donizete Martins, o Doni, e Anderson de Oliveira Santos, o Del.
Em 28 de setembro de 2004, Rodrigues e os integrantes de sua quadrilha roubaram um Apolo vinho de um auxiliar de contas a pagar do São Paulo Futebol Clube, "rechearam" as portas do veículo com 96 bananas de dinamite e o deixaram a três metros da entrada da Delegacia Seccional de Taboão da Serra, às margens da rodovia Régis Bittencourt (BR-116).

O detonador do carro bomba estava ligado ao toca CD e só não foi acionado porque um policial retirou o aparelho, isso antes de o Apolo com as bombas ser removido da porta da Seccional de Taboão da Serra.

Até o início da tarde, a reportagem não conseguiu localizar os advogados de defesa dos irmãos Rodrigues e nem dos acusados Pereira, Martins e Santos.
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