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Notícias / Educação

Alunos da UFSCar temem violência e custo de vida de São Paulo

Folha Online

Custo de vida alto, medo de violência, preocupação com a qualidade de ensino. Essas são as preocupações dos estudantes do quinto ano de medicina da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), que devem estagiar em hospitais da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) na Grande São Paulo. 

Desde terça-feira (11), a reitoria da UFSCar negocia com a reitoria da Unifesp uma parceria que viabilize o internato (estágio hospitalar obrigatório) dos 33 estudantes de medicina que estão sem aulas desde o dia 30.

A suspensão aconteceu porque não existe disponível em São Carlos (a 232 km de São Paulo) um hospital com infraestrutura e corpo clínico adequados às necessidades dos alunos da graduação.

"Os hospitais [disponibilizados pela Unifesp] estão na periferia de São Paulo. Isso implica distâncias grandes de deslocamento entre o lugar onde os alunos vão morar e o hospital. E tem também a questão de segurança. Imagina se algo acontece com algum aluno da UFSCar?", disse a estudante Arlety de Morais Carvalho, 21.

Por enquanto, a UFSCar não decidiu onde o internato será realizado. Ontem, a coordenação do curso de medicina visitaria dois hospitais ligados à Unifesp, o de Diadema e o de Pirajussara (em Taboão da Serra) todos com atendimento exclusivo do SUS (Sistema Único de Saúde) --ao menos um deles havia sido visitado até ontem.

Antes disso, a reitoria da UFSCar havia feito pedido à outra federal para que os alunos de São Carlos realizassem o internato no Hospital São Paulo, o principal hospital de ensino ligado à Unifesp. Mas o pedido encontrou resistência entre professores e alunos.

"Houve a ponderação de que há uma sobrecarga grande, tanto no ambulatório, quanto no hospital, pela atuação de residentes e estudantes do internato", afirmou ontem o reitor da Unifesp, Walter Albertoni.

Hoje, os alunos devem se reunir com a coordenação do curso. A decisão será tomada pelo Conselho de Curso, no qual os alunos têm cinco votos de um total de 15. Mas, segundo a assessoria de imprensa da UFSCar, essas decisões não costumam sair de votações, mas de consenso.

A reitoria da UFSCar não falou sobre quem vai custear os alunos fora de São Carlos.
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