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Mantega rebate Serra e diz que corte de gasto é para valer

Folha Online

O ministro Guido Mantega (Fazenda) rebateu em nota a declaração do pré-candidato tucano à Presidência, José Serra, sobre o corte de R$ 10 bilhões nos gastos públicos.

"A redução adicional de gastos de custeio de R$ 10 bilhões é para valer e para atenuar a demanda pública, num momento em que a economia está aquecida. Nós não costumamos cortar espuma, nem fazer onda. Trata-se de um movimento anticíclico semelhante ao que fizemos em 2008", afirma o ministro.

Após uma entrevista à rádio "Tupi", no Rio de Janeiro, Serra disse que é preciso saber se o corte não é apenas "espuma". "Não posso comentar, pois não sei onde vão cortar. Preciso ver se é corte de verdade ou se é só espuma. Se tiver desperdício para cortar, tudo bem. Mas cortar o essencial, não", disse Serra.

Mantega afirma que a redução, anunciada ontem, será detalhada pelo governo até o final do mês. "O ex-governador de São Paulo deveria estar feliz por nosso governo estar fazendo superavit primario há sete anos e meio seguidos, ao contrário do governo anterior, do qual ele foi ministro do Planejamento, quando não se fez nenhum superávit primário".

Ontem, o ministro afirmou o governo irá cortar despesas de custeio como esforço para conter o superaquecimento da economia brasileira. "Os investimentos e programas sociais serão mantidos, mas os ministérios vão ter que fazer um sacrifício", afirmou Mantega.

Em março deste ano, o governo federal anunciou um corte de R$ 21,805 bilhões no Orçamento de 2010. O recurso contingenciado ajudaria a formar o chamado superavit primário, economia feita pelo governo para pagar os juros da dívida pública. A meta para este ano é de 3,3% do PIB (Produto Interno Bruto), ou R$ 113,9 bilhões.

No ano passado, em plena crise econômica, o corte havia sido de R$ 21,6 bilhões. De acordo com o ministro Paulo Bernardo (Planejamento), o contingenciamento de março foi o maior desde o início do governo Lula.
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