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MPF recebe parecer técnico sobre falha dos pilotos no acidente do voo 1907

G1

O advogado Dante D’Aquino, que representa os familiares de vítimas do acidente do voo 1907, ocorrido em setembro de 2006, entregou, nesta terça-feira (17), dois relatórios com parecer técnico elaborado pelo perito Roberto Peterka para a procuradora Federal, Analícia Trindade, no Ministério Público Federal, em Cuiabá (MT). Segundo ele, o documento comprova que houve falhas dos pilotos norte-americanos e vai de encontro com a acusação já feita pelo promotores de Justiça no processo que apura o caso.

"Trata-se de um documento que caracteriza a falha dos pilotos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino e a inexperiência dos pilotos no manuseio dos equipamentos da aeronave em que estavam", disse o advogado ao G1. Com os relatórios, D'Aquino pretende fortalecer a acusação contra os dois pilotos norte-americanos e pedir a condenação de ambos o mais rápido possível. "Tememos que esse crime prescreva e eles saiam impunes".

O advogado informou ainda que o perito teve acesso aos dados das caixas-pretas. "Ficou provado que o dispositivo TCAS não foi ligado pelos dois pilotos. Eles mentiram ao afirmarem que o equipamento de segurança estava ligado no momento do acidente."

Segundo a análise do perito, na caixa de dados do jato Legacy e nos dados contidos no processo criminal, os registros do equipamento só aparecem depois da colisão, quando o transponder teria sido ligado por eles.

O acidente

Em 29 de setembro de 2006, um Boeing da Gol, que fazia o voo 1907, de Manaus para Brasília, se chocou em pleno ar com um jato Legacy que seguia de São Paulo rumo aos Estados Unidos.

O Boeing caiu em uma região de mata fechada no Norte de Mato Grosso. O acidente deixou 154 mortos - incluindo passageiros e tripulantes da aeronave. O Legacy conseguiu pousar em uma base aérea no Sul do Pará. Os sete ocupantes do jato sobreviveram. A operação de resgate dos corpos das vítimas durou 49 dias.

Justiça

Os pilotos do Legacy e quatro controladores de voo do Cindacta-1 (Brasília) foram responsabilizados pelo acidente. Os seis são acusados de atentado contra a segurança de transporte aéreo, com agravante pelas mortes, conforme denúncia do Ministério Público aceita pela Justiça. Nos próximos meses, o juiz federal Murilo Mendes deve recomeçar a ouvir depoimentos do caso.

Foi o segundo maior desastre aéreo do país em número de vítimas. Em julho do ano passado, mais um acidente chocou o Brasil. Durante pouso no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, um avião da TAM não conseguiu frear e bateu no prédio da TAM Express, causando a morte de 199 pessoas.

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