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PR: preso por morte de prefeito diz que confessou sob tortura

Terra

A defesa de Josiane Portes de Barros Rutz, ex-mulher do prefeito assassinado de Rio Branco do Sul, na região metropolitana de Curitiba (PR), apresentou nesta sexta-feira um vídeo em que o homem preso por suspeita de matar Adel Rutz, supostamente a mando de Josiane, afirma que confessou o crime sob tortura. Rutz foi morto em março deste ano.

Josiane falou hoje sobre as acusações. Ela foi solta na quinta-feira, após a segunda prisão decretada contra ela.

No vídeo, Fábio Faria diz que sofreu sufocamento com sacola plástica e tomou choques elétricos em um dos dedos do pé e no ombro. "Nunca vi pessoalmente a Josiane. Eu fui obrigado a falar tudo aquilo lá. Só Deus sabe o que iria acontecer caso eu não reconhecesse a Josiane no depoimento", afirmou.

Ele considera a versão apresentada pela polícia como uma montagem. Faria foi preso por causa de uma motocicleta, que teria sido emprestada para a execução do crime. "Se for preciso, peço perdão de joelhos para ela. Eu espero sair desta porque eu não matei ninguém¿, declarou.

A Secretaria de Segurança Pública do Paraná afirmou que nada sobre uma possível tortura foi protocolado na Corregedoria da polícia e, por isso, a instituição não poderia falar formalmente sobre o caso. Segundo a secretaria, se houver denúncia, a Corregedoria vai apurar o que aconteceu.

Segundo o advogado de defesa de Josiane, Elias Mattar Assad, o único fato que ocasionou a prisão da ex-mulher foi o depoimento de Faria. Ele teria dito que ela encomendou o crime por R$ 25 mil. A versão foi confirmada na época pela Secretaria de Estado de Segurança Pública e pelo ex-governador Roberto Requião pela rede de microblogs Twitter. "Outras considerações são estéreis e não vão se confirmar diante do juiz", disse Assad.

Ele afirmou que o vídeo é prova legal e não foi usado para a obtenção do habeas-corpus de Josiane na última quinta-feira. Para ele, a principal falha da polícia foi a precipitação e corre-se o risco de não achar os verdadeiros culpados pela forma que a investigação foi conduzida.

Ex-mulher presa
O Tribunal de Justiça do Paraná concedeu ontem um novo habeas-corpus, alegando não haver motivo para Josiane permanecer na prisão. Ela foi presa pela segunda vez no dia 9 de abril. A ex-mulher do prefeito se disse inocente e que não "mereceu" o que passou na cadeia. Adel Rutz foi assassinato no centro de Rio Branco do Sul com cinco tiros.

Josiane confirmou que estava separada há 25 dias de Rutz, mas a separação ainda não estava oficializada judicialmente. Já havia o acerto informal da partilha de bens. A separação aconteceu após o filho dos dois pegar uma conversa de Josiane com um funcionário da prefeitura de Rio Branco do Sul que sinalizava um relacionamento. "Sofri muita pressão psicológica. Eles falavam pra eu confessar o tempo todo", afirmou.

Josiane disse que não sabe por que está "passando por isto" e nem qual foi o motivo real do crime. Ela confirmou que Adel Rutz falava de ameaças por causa do cargo que ocupava, mas não as revelava por completo. Ela não descarta crime político.
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