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Serra se exime de culpa e diz que responsabilidade por programa de TV é do DEM

Folha Online

O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse nesta sexta-feira que não viu a propaganda partidária do DEM, levada ao ar ontem à noite, e se eximiu de culpa por eventuais excessos contidos nela. Na propaganda, Serra ocupa 75% do tempo disponibilizado ao DEM.

"Não vi, mas não gravei diretamente para o programa", afirmou ele, em entrevista por telefone à rádio "Jornal do Commercio", de Pernambuco. "Passaram trechos de discurso que fiz no dia 10 de abril. Pegaram trechos e puseram no programa deles", declarou.

"Vamos analisar, se a Justiça achar algo errado, a gente vê o que faz", continuou o tucano. "Mas a responsabilidade no caso é do próprio partido que fez o programa, porque minha imagem foi utilizada, acho isso perfeitamente normal. Vamos ver como é avaliado", disse Serra.

O ex-governador de São Paulo, que estará hoje à tarde em Recife para participar de evento político da pré-candidatura do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) ao governo do Estado, voltou a dizer que o governo da Bolívia faz "corpo mole" no combate ao narcotráfico.

"Disse para a imprensa e repito: com tanta cocaína vindo de lá para cá é impossível que o governo boliviano não saiba", declarou. "Está fazendo corpo mole. Não iria sair tanta cocaína se o governo fizesse alguma coisa. Se o governo não faz, a cocaína vem para cá", afirmou Serra.

"Droga (...) vem contrabandeada, vem do exterior, das fronteiras. O Brasil não produz a cocaína nem industrializa, digamos assim, não faz a pasta da cocaína, nem depois o produto. Tudo vem contrabandeado pelas fronteiras", declarou o tucano.

Sem citar o ministro da Presidência da Bolívia, Oscar Coca, que cobrou de Serra provas sobre a suposta conivência de seu governo com o narcotráfico, o ex-governador declarou que a avaliação de que "a maior parte da droga que entra de contrabando vem da Bolívia" parte de "estimativas existentes".

"Tem também que pressionar o governo boliviano a enfrentar assunto, uma vez que produção da planta, e depois a fabricação da cocaína, têm aumentado muito nos últimos anos. Tem declaração de policiais federais nossos, tem gente de lá dizendo a mesma coisa."
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