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Sem acordo, PT e PMDB mineiros decidem candidato no grito

Terra

PMDB e PT entram em semana de decisões em Minas, que podem definir os rumos da disputa ao Governo do Estado, onde, por ora, só está colocada a candidatura do governador Antonio Anastasia. Estremecidas após semanas de negociações, as duas principais legendas de apoio ao presidente Lula se viram obrigadas a se unir na mesma chapa. Em vários estados foi assim. O caso de Minas não foi diferente. Disputam a indicação para liderar a aliança o ex-prefeito Fernando Pimentel, pelo PT, e o senador Hélio Costa, do PMDB. É nesta disputa que se encontra o dilema da aliança, já que nenhum lado cedeu a cabeça de chapa. O prazo final para a decisão do candidato é o dia 6 de junho, próximo domingo.

Recluso nas últimas semanas sobre as decisões da seara partidária, Hélio Costa mandou seu recado nesta sexta-feira (28) em Belo Horizonte. Ele disse que "se o PT tem um presidente que acreditou em mim durante cinco anos (como ministro das Comunicações), por que o PT de Minas não vai acreditar?". Mas Costa sabe que há dificuldades em carimbar seu nome na liderança da chapa, mesmo estando em primeiro em todas as pesquisas de opinião realizadas sobre a sucessão estadual.

Do lado petista, cabe ao presidente estadual da sigla, Reginaldo Lopes, manter a corda esticada e defender a indicação de Pimentel para a vaga. "O candidato do PT tem 'chegada'. Em 2004, o Fernando Pimentel começou a campanha com 8% dos votos contra 38% do João Leite, e quem ganhou a prefeitura de BH com 70% dos votos foi o Pimentel". Os dirigentes petistas se recusam a aceitar que o PMDB imponha a candidatura de Hélio Costa.

Manobra
O PT, nos últimos dias, agiu para que a escolha do candidato fosse adiada, na esperança de que o nome de Pimentel ganhasse fôlego à sombra das pesquisas nacionais, que colocam a ex-ministra Dilma Rousseff em ascensão. Mas, Hélio Costa também se apressou e, ao presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, cobrou cumprimento do prazo de 6 de junho - e parece ter sido atendido.

Mesmo sem adiar a decisão, petistas argumentam agora que a aliança nacional PT-PMDB já está selada, com a indicação do deputado Michel Temer para vice de Dilma. Com isso, os apoiadores de Pimentel alegam que não há mais espaço para imposições de cima para baixo em Minas.

O presidente do PMDB, Antonio Andrade, voltou a defender Hélio Costa, com base nas pesquisas feitas até agora. Ele admitiu, no entanto, que o candidato que estiver em melhores condições em novos levantamentos encomendados recentemente pelos dois partidos será o indicado.

As pesquisas, encomendadas ao Ibope pelo PMDB e ao Instituto Sensus pelo PT, terão abordagem quantitativa e qualitativa. No primeiro critério, será avaliado o candidato com os melhores índices numéricos. Já na qualitativa, são levados em conta critérios como capacidade do candidato em agregar partidos, índice de rejeição de cada um, tendência de ascensão junto ao eleitorado, entre outros pontos. A expectativa é de que os levantamentos, em campo desde o dia 25 de maio, estejam concluídos neste final de semana.
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