Empatada em terceiro lugar, com 12% de intenção de votos - segundo a última pesquisa Datafolha - a pré-candidata à Presidência Marina Silva (PV) tenta contornar problemas estruturais como falta de recursos financeiros e divergências nas alianças estaduais investindo na aproximação através da internet.

"Estamos investindo nisso, porque não temos outra alternativa", disse Alfredo Sirkis, presidente do PV no Rio de Janeiro.

Um dos coordenadores da campanha de Marina e pré-candidato a deputado federal, Luciano Zica explica que a estratégia tem dois objetivos: estabelecer relação com os internautas e usar a ferramenta como instrumento de contribuição financeira para a campanha.

"Não creio que vá substituir os grandes doadores, mas o caráter da contribuição na internet é também o de compromisso", disse. "Se não fosse a internet, você não teria acesso ao contribuinte programático, aquele que contribui porque está identificado com a causa da sustentabilidade", disse.

O uso da internet nas eleições é também estratégia dos pré-candidatos José Serra (PMDB) e Dilma Rousseff (PT), com site, twitter e fotos. Ainda assim, Marina parece ter se munido de mais canais: a pré-candidata conta com twitter, blog, site, flickr, youtube, e deve ter mais ferramentas.

"Não se sabe ainda qual será o efeito da internet nas eleições. Com Mockus (na Colômbia), a internet foi importante, mas no dia da eleição o resultado ficou aquém", afirmou Sirkis.

Para a cientista política Vera Lúcia Chaia, da PUC-SP, a internet mostra-se como uma tentativa de suprir deficiências da campanha e também um meio para "conquistar eleitores mais jovens, mais reticentes em relação à política".

Na tarde desta segunda-feira (31), a pré-candidata verde tem encontro com 21 blogueiros brasileiros na sede da pré-campanha, na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo. Ao lado do vice, Guilherme Leal, ela pretende discutir transparência em ações do governo. O debate, que tem início previsto para as 18h30, será transmitido pelo blog www.minhamarina.org.br .