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MS: suspeito de forjar separação, jornalista é preso

Terra

A suspeita de que o jornalista Agnaldo Gonçalves, 60 anos, forjou sua separação levou o juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande (MS), Carlos Alberto Garcete, a mandar prendê-lo outra vez. Ele ficou 80 dias presos sob a acusação de matar a tiros, em novembro passado, numa briga de trânsito, Rogério Pedra, 2 anos de idade.

A decisão foi anunciada nesta segunda-feira pela manhã, quando as testemunhas de defesa prestavam depoimento. O jornalista mudou-se na semana passada para Praia Grande, em São Paulo, onde deve ser detido.

Gonçalves teria forjado a separação consensual para dividir os bens com a mulher. Ele estava preso quando registrada em cartório a ruptura conjugal. O fim da relação, segundo a família da criança, seria um meio de o acusado escapar de eventual condenação numa ação judicial que pede a ele a indenização de R$ 1,3 milhão por danos morais.

A morte do menino Rogério Pedra, ocorreu no dia 18 de novembro passado, logo após o jornalista ter discutido com o tio da criança, Aldemir Pedra Neto, 20 anos. O rapaz teria demorado a arrancar o veículo num semáforo e isso irritou o jornalista. Por quatro quarteirões os dois discutiram. Em outro cruzamento, Gonçalves disparou quatro tiros na direção da caminhonete conduzida por Aldemir, sendo que um deles atingiu a nuca do menino e outro, o rosto de João Alfredo Pedra, pai do rapaz, avô da criança. O menino morreu logo depois; o avô sobreviveu.

A ação contra o jornalista foi movida pela mãe da criança, Ariana Pedra. Em abril passado, o mesmo juiz que mandou prender o acusado agora determinou o bloqueio dos bens do jornalista. A Justiça desconfia de irregularidade na confecção do certificado de separação do jornalista.

Em um trecho do processo, o magistrado registrou: "Acrescento que, de acordo com as normas ditadas pela Corregedoria-Geral de Justiça, é vedado ao tabelionato em geral permitir a saída do livro de escrituras do serviço do qual é titular". O jornalista estava preso no período da separação e a justiça não havia autorizado ele sair da carceragem.

Já o jornalista diz, no processo, que em agosto passado, três meses antes do acidente, a mulher descobriu que ele tinha um filho fora do casamento e isso teria motivo o fim da relação. Com isso, ele se defende da suspeita de dividir os bens propositadamente.
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