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Requião defende coligação, mas PMDB do Paraná banca Pessuti

Terra

O ex-governador do Paraná, Roberto Requião, fez duras críticas ao atual governador e pré-candidato à reeleição Orlando Pessuti e à forma como o PMDB está conduzindo o processo eleitoral.

Na reunião da executiva estadual do partido na segunda-feira (7), o pré-candidato ao Senado (embora ainda pretenda lançar-se à presidência da República na convenção nacional do PMDB) Requião defendeu uma coligação com PT e PDT, apoiando a pré-candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo.

"Hoje a saída do PMDB do PR é a coligação. Estamos sem atitude, afirmação e a firmeza que nos manteve até agora. É tarde, mas ainda é tempo", declarou o ex-governador antes da reunião. Enquanto Osmar Dias aparece na segunda posição nas pesquisas de intenção de voto, com mais de 30%, Pessuti ainda oscila na casa dos 10%, na terceira posição.

Dizendo que Pessuti se perdeu na condução do governo, Requião informou aos correligionários que já tinha até telefonado para Osmar Dias sugerindo a aliança. Deixando claro que é contrário à candidatura própria do partido ao governo do Estado, Requião disse que, se não der certo com o PDT, não será empecilho para uma aliança com o PSDB. Uma ala de deputados peemedebistas trabalha, nos bastidores, para que o partido apoie o ex-prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), ao governo.

Como Pessuti não participou da reunião desta segunda-feira (7), o vice-presidente do PMDB do Paraná, deputado estadual Luiz Cláudio Romanelli, informou que a executiva fará uma segunda reunião nesta terça-feira, desta vez para ouvir o governador.

"São reuniões interlocutórias, de decisão só saiu que nossa convenção será no dia 26. Até lá, seguiremos conversando, tanto internamente quanto com outros partidos", disse Romanelli.

No entanto, o deputado garantiu que a decisão sobre a candidatura caberá exclusivamente ao governador. "A questão básica é a postura do Pessuti. Ele é candidato e tem o apoio do partido. Ninguém irá contra ele na convenção. Só cabe a ele decidir e não achamos que ele irá desistir", disse Romanelli, explicando que, se confirmada a candidatura de Pessuti, o PMDB irá buscar apoio do PT, mas exigindo coligação na eleição proporcional. "É a nossa condição para darmos palanque ao PT no Paraná", disse. A bancada exige uma coligação forte na proporcional para que o partido tenha condição de repetir os 17 deputados estaduais da atual legislatura.

Membro da executiva nacional do PMDB, o deputado federal Rodrigo Rocha Loures garantiu que o PMDB nacional não pedirá a desistência de Pessuti. Questionado se ceder no Paraná não poderia ser uma contrapartida à retirada da candidatura petista de Fernando Pimentel em Minas Gerais para a formação de chapa única com Hélio Costa (PMDB), Loures disse que o caminho natural é o inverso.

"Ficou acordado que a prioridade nacional, ou seja, da presidência da República é do PT. Mas nos Estados o PMDB tem preferência. Por isto o que ocorreu em MG segue o curso natural do que foi combinado entre PMDB e PT. Isto significa que a preferência no Paraná é pela candidatura de Pessuti", afirmou Loures.
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