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Lula diz que relação com a Itália é inabalável e que respeitará decisão da Justiça sobre Battisti

Folha Online

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira que o governo brasileiro vai respeitar a decisão da Justiça sobre a concessão de status de refugiado ao italiano Cesare Battisti.

Lula reconheceu o direito da Itália de recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) para pedir a extradição do ex-militante de esquerda. Mas ressaltou que as pessoas devem respeitar as decisões soberanas de cada país.

"E é importante que as pessoas respeitem as decisões soberanas de cada país. E a Itália tem o direito de recorrer ao Poder Judiciário. Na hora que a Justiça tomar a decisão, seja qual for, nós não discutimos mais e respeitamos a decisão", afirmou Lula, após reunião com representantes do Conselho Internacional do Fórum Social Mundial, em Belém.

Ontem, o ministro brasileiro Cezar Peluso, do STF, autorizou que o governo italiano se manifeste no processo. A Itália terá cinco dias para cumprir a solicitação. Peluso também pediu ao Ministério da Justiça uma cópia da decisão que concedeu status de refugiado político a Battisti, que está preso no Brasil desde 2007.

O ex-ativista do grupo PAC (Proletários Armados pelo Comunismo) foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro homicídios.

Ao conceder refúgio a Battisti, em 13 de janeiro, o ministro brasileiro Tarso Genro afirmou que o italiano "possui fundado temor de perseguição por suas opiniões políticas", o que é contestado pelo governo e Justiça da Itália.

Ao comentar o caso Battisti nesta sexta-feira, o presidente Lula ressaltou que a relação entre Brasil e Itália é "inabalável", e que não será um "problema" com esse que vai "abalar" esse entendimento.

"A relação Itália-Brasil é inabalável. Nós temos uma relação de mais de um século. Nós temos no Brasil aproximadamente 30 milhões de descendentes de italianos. Portanto, não é um problema que vai abalar uma relação quase que inquebrantável como tem Brasil-Itália. O que é importante as pessoas compreenderem é que a relação entre dois países, histórica como Itália e Brasil, não será arranhada por causa de uma decisão brasileira que alguém da Itália não gostou. Ou uma decisão da Itália que alguém do Brasil não gostou", afirmou.
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