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‘Se me convocarem, entrego tudo’, diz Ribeiro Jr. sobre Onézimo

G1

O jornalista Amaury Ribeiro Júnior desafiou, nesta quinta-feira (17), o ex-delegado da Polícia Federal Onézimo de Souza a provar suas declarações de que ele, Ribeiro Jr., “teria dois tiros” contra o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra. O jornalista é um dos envolvidos no episódio da tentativa de montagem de um suposto dossiê contra o tucano.

Em entrevista por telefone ao G1, Ribeiro Jr., que integrou a campanha da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse que está disposto a depor na Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência (CCAI) do Congresso Nacional – onde Onézimo prestou depoimento nesta quinta – para desmentir as afirmações do delegado e ainda “entregar tudo” o que sabe sobre o caso.

“Se me convocarem para depor, vou tranquilamente. Entrego tudo. Todo mundo sabe que o que eu tenho [sobre o PSDB] é do tempo das privatizações. Há muito tempo eu já tenho isso. Por que eu iria contratar o cara [Onézimo], se eu tivesse dois tiros contra o Serra?”, questionou Ribeiro Jr., que não especificou o que possui. “O cara está mentindo. Esse cara é doido, mau caráter ou mentiroso”, complementou.

Um dos participantes da reunião realizada no final de abril deste ano, supostamente para tratar de um suposto dossiê contra o candidato tucano, Ribeiro Jr. afirma que, além dele e de Onézimo, estavam presentes à reunião o jornalista Luiz Lanzetta, o empresário Benedito de Oliveira Neto, chamado de “Bené” e o ex-sargento da Aeronáutica, Idalberto Martins de Araújo, conhecido como "Dadá".

O empresário, dono da empresa Dialog, teria sido apresentado como a pessoa que pagaria pelos serviços. Sobre os “dois tiros” citados por Onézimo, Amaury é direto: “O Dadá vai desmentir tudo.” O G1 tentou contato com Dadá, mas não obteve retorno.

Os nomes do ex-delegado e de Ribeiro Jr. surgiram no caso do suposto dossiê por sua participação na reunião. À Comissão do Congresso, Onézimo disse que recebeu uma proposta de R$ 160 mil mensais, por dez meses, para fazer o trabalho de investigação sobre vazamentos e proteção de informações na casa em que funciona a coordenação de pré-campanha de Dilma.

Ele afirmou que o acordo não evoluiu porque no meio da conversa foi pedida investigação contra Serra. O ex-delegado não disse quem fez a proposta para ele. “No decorrer da proposta teve outra proposta que eu considero indecente, que seria fazer trabalho especifico em cima do candidato concorrente. Eu bati na mesa e usei uma expressão bem característica: vocês querem editar os aloprados dois?”, afirmou Onézimo.

Confrontado com as declarações de Onézimo, Ribeiro Jr.voltou a dizer que o ex-delegado mente e disse que a contratação dos serviços do Onézimo tinham relação com a “disputa interna” dentro da campanha do PT. Ribeiro Jr. prometeu contar todos os bastidores do encontro no livro que vai lançar depois da Copa da África.

“Vou lançar o meu livro e nele vou contar tudo. Falar do fogo amigo dentro da campanha do PT. O que ele [Onézimo] não fala e é o que ele tem que explicar é a segunda reunião que eu, ele e o Dadá tivemos dias depois. Que foi quando a gente recusou a contratação dele. Não tinha nada de dossiê, era a briga interna do PT”, afirmou Ribeiro Jr..

Sobre as insinuações de Onézimo, de que teria gravado o encontro, Ribeiro Jr. desafiou o ex-delegado: “Por que ele não mostra a gravação? Se ele tem, então mostra.”
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