O líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza, afirmou nesta segunda-feira (21) que o candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, cada dia mais se aproxima de setores mais conservadores e já "tirou a pele de cordeiro" que utilizava para conquistar um maior número de eleitores. O tucano, que participou na manhã de hoje de sabatina do jornal Folha de S. Paulo, acusou o governo de utilizar as privatizações realizadas no governo Fernando Henrique Cardoso como "terrorismo eleitoral" e exigiu de sua adversária, a petista Dilma Rousseff, pedido de desculpas por supostamente ter um grupo de inteligência atuando para montar eventuais dossiês contra adversários.

"Serra tirou a pele de cordeiro e agora é a velha aliança de direita, é o velho PFL (atual DEM) privatista e pró-americano. Serra deu uma virada, uma guinada para a direita em todas as questões, contra a Bolívia e contra o Mercosul. A próxima (atitude) vai ser a aceitação dele de um vice do DEM", ironizou Vaccarezza.

Diante da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de determinar a exigência de ficha limpa para as eleições de outubro, incluindo condenações anteriores à vigência da lei, o parlamentar governista minimizou o alto número de políticos do PMDB que não estão quites com o Poder Judiciário. Os peemedebistas são os aliados preferenciais do projeto de eleição de Dilma Rousseff e indicaram o nome do presidente da Câmara, Michel Temer, para compor a chapa como vice da ex-ministra da Casa Civil.

"Fizemos um acordo com partidos, e não com indivíduos. Relativamente quem mais tem ficha suja é o PSDB. O fato de ter o PMDB nos Estados não estava na nossa conta. O que estava na nossa conta era a aliança em nível nacional (com a indicação de Temer)", afirmou.