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ES: candidata do PSOL ataca financiamento dos adversários

Terra

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) realiza neste sábado (26) a convenção estadual que deve oficializar a candidatura da ex-deputada Brice Bragatto ao governo do Espírito Santo. Brice, que recebeu a visita e o apoio do pré-candidato do partido à presidência da República, Plínio de Arruda, em entrevista exclusiva ao Terra, afirmou que está otimista e que aposta na mobilização social para superar a falta de recursos para a campanha. "Eu já ganhei três eleições (para a Assembleia Legislativa do ES) com apenas 15 segundos de TV. Eu não sei quanto tempo vamos ter, mas vamos usar o debate, o diálogo com os movimentos sociais e a internet para alcançar o eleitor", afirmou Brice.

A ex-deputada explicou que o isolamento do partido foi um escolha. "Não priorizamos alianças para ganhar tempo. Nossa aliança natural seria com o PSTU e PCB, mas eles não estão organizados no Estado. Os partidos no Espírito Santo estão dominados por Paulo Hartung (PMDB, atual governador). Nosso isolamento é uma opção, para podermos apresentar uma proposta diferenciada nestas eleições. Por isso, nossas alianças são com os movimentos sociais", explicou.

A pré-candidata também atacou o atual modelo de financiamento de campanha. Segundo Brice, as principais mineradoras em atuação no Estado doaram, na eleição de 2006, R$ 1 milhão para a campanha de Paulo Hartung, R$ 200 mil para a campanha do senador Renato Casagrande (PSB, atual candidato do Palácio Anchieta ao governo), e R$ 200 mil para a campanha do deputado federal Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB). "Nós não queremos esse dinheiro não, porque somos contra, por exemplo, à instalação de alguns projetos industriais que contam com o apoio e subsídios do governo", afirma Brice Bragatto. Segundo a deputada, a campanha ao governo do Estado deve consumir recursos entre R$ 50 mil e R$ 100 mil. "Só não sei se terei esse dinheiro", declara Brice.

Questionada sobre os motivos que a levaram a aceitar uma disputa para o governo, com poucas chances de vitória, quando tinha uma eleição dada como certa para a Assembleia Legislativa, ela afirma que foi uma estratégia do partido "que pediu que sua principal liderança no Estado que cumpra esse papel". Segundo Brice, os espaços para debate e atenção dada a uma candidatura ao governo são muito maiores que numa disputa para o legislativo estadual. "Preciso mostrar que a imagem do Espírito Santo está muito bem, mas é preciso revelar quem se deu muito bem durante esse governo", ataca Brice. A pré-candidata afirma ainda que "tem a responsabilidade de dar visibilidade à causa e reformular o debate", que estaria, na avaliação dela, restrito ao jogo de interesses de empresas e do sistema estabelecido.
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