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Aloísio Mercadante é oficializado candidato ao governo de SP

Portal IG

Sem a presença de Dilma Rousseff nem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT oficializa neste sábado, a partir das 9h, a candidatura de Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo. No evento, que acontece em um centro de convenções na zona norte da capital paulista, será homologada também a candidatura de Marta Suplicy ao Senado. Cerca de cinco mil pessoas são esperadas para a convenção - que contará com apresentações dos grupos O Teatro Mágico e Racionais MC’s.

Esta é segunda vez que o senador petista concorre ao Palácio dos Bandeirantes. Assim como em 2006, ele terá um ex-candidato tucano à Presidência como principal adversário da disputa.

Há quatro anos, foi derrotado por José Serra (PSDB) e não chegou sequer ao segundo turno após ter a campanha manchada pelo episódio que ficou conhecido como “escândalo dos aloprados”.

Enfraquecido desde então, o senador não era a primeira opção do presidente Lula para concorrer ao governo e dar palanque a Dilma Rousseff no principal colégio eleitoral do País. Mercadante só foi escolhido após Ciro Gomes (PSB), preferido de Lula, desistir da disputa, mesmo após transferir seu domicílio eleitoral para São Paulo.

Sem Ciro, Lula apostou suas fichas em Mercadante e, tal como em 2006, será agora o principal trunfo do PT para tentar colocar, pela primeira vez, um representante do partido no Palácio dos Bandeirantes. Hoje a popularidade do presidente é ainda maior do que quatro anos atrás, época em que seu governo ainda enfrentava o rescaldo da crise do mensalão.

Desta vez o principal rival de Mercadante é o também tucano Geraldo Alckmin, que já governou o Estado por dois mandatos e que há quatro anos enfrentou Lula nas urnas – a campanha, apesar da derrota, serviu para tornar o ex-governador mais conhecido pelo eleitorado.

O chamado “recall” das últimas eleições é apontado pelo PT como explicação para o favoritismo do tucano para a campanha deste ano – a maioria das pesquisas aponta que ele venceria logo no primeiro turno, apesar de ele chegar à disputa enfraquecido após a frustrada tentativa de se eleger prefeito de São Paulo em 2008. Na ocasião, não foi sequer para o segundo turno.

Se Alckmin vencer, garantirá o quinto mandato consecutivo do PSDB no Estado de São Paulo. E é com um discurso calcado na necessidade de mudanças, sobretudo em áreas sensíveis da atual gestão tucana, como educação e segurança pública, que Mercadante chega a disputa deste ano.

Embora, até o momento, o candidato não ultrapasse 20% das intenções de voto para governador, o PT aposta no racha dos partidos em torno de Geraldo Alckmin para levar a disputa para o segundo turno. Isso porque, até hoje, muitos ainda não perdoam o tucano por ele ter se lançado candidato à prefeitura paulistana dois anos atrás, colocando em risco os planos de reeleição de Gilberto Kassab (DEM), pupilo de José Serra. O fato levou nomes como Carlos Apolinário, ex-líder do DEM na Câmara Municipal de São Paulo, a anunciarem apoio ao petista.

Oficialmente, porém, Alckmin terá praticamente o dobro do tempo de TV durante a campanha por conta da aliança com partidos como o PMDB de Orestes Quércia.

Uma ala do partido, porém, estará com Mercadante – que espera para a convenção a presença de Michel Temer, presidente nacional do PMDB e vice na chapa de Dilma Rousseff à Presidência. A candidatura petista tem o apoio de 11 siglas menores, entre as quais o PR, o PC do B e o PDT, partido que anunciou, na véspera da convenção, o nome do vice de Mercadante: o professor universitário e ex-tucano Coca Ferraz.

“O eleitor começa a prestar atenção no governo estadual mais para frente. O crescimento de Dilma no Estado mostra que é uma questão de tempo para o Mercadante crescer. O Alckmin atingiu o teto das intenções de voto, vai cair. Esperamos que até setembro já tenhamos 30%. É impossível não ter segundo turno em São Paulo”, diz Edinho Silva, presidente do diretório estadual do PT em São Paulo.

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