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Cidade cenográfica de 'Ribeirão do Tempo' se destaca por riqueza de detalhes

Terra

A fictícia cidade de Ribeirão do Tempo, que dá nome à atual novela da Record, parece existir em algum canto remoto do Brasil. Se não fossem as câmaras e os equipamentos espalhados pela cidade cenográfica construída em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, não seria difícil confundir o local com uma verdadeira cidadezinha do interior, com direito a peças de artesanato espalhadas por uma grande praça em frente a uma igreja, charrete de bode e fuscas como carros de polícia. Para isso, os investimentos não foram poucos. Com um custo aproximado de R$ 6 milhões e cerca de 150 pessoas envolvidas na produção, a cidade levou quase seis meses para ficar pronta. "O grande barato da cenografia é criar algo cada vez mais realista. Esse trabalho teve uma pesquisa um pouco mais demorada porque a cidade tem o diferencial de ser um centro histórico", explicou o diretor de cenografia da Record, Daniel Clabunde.

Durante cerca de um mês, Clabunde e outras 14 pessoas da equipe de cenografia mergulharam em uma pesquisa intensa para a construção da cidade. E misturaram referências de cidades históricas de Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais na construção de Ribeirão do Tempo. A escolha pela região de Guaratiba aconteceu em função da paisagem do local, já que a novela conta com um núcleo de esportes radicais em que os personagens praticam rafting, pulam de asa delta e até saltam de helicópteros. "Isso implica estar no meio de uma serra, onde tenha um rio e morros que tornem esses esportes possíveis. A paisagem pesou muito na escolha", contou Clabunde. Mas, antes de qualquer decisão ser tomada, foram necessárias muitas conversas com o autor Marcílio Moraes e o diretor Edgard Miranda, que participou ativamente de todo o processo. "Durante os 15 anos em que trabalhei na Globo, nós dizíamos como queríamos a cidade e já a encontrávamos pronta. Dessa vez pude participar dos detalhes", exaltou Miranda.

E os detalhes da cidade cenográfica não são poucos. Com cinco mil metros quadrados, a cidade conta com quatro ruas e 34 casas cenográficas construídas sobre uma área descampada. Decorar todo esse espaço levou quase cinco meses de trabalho e pesquisa por parte da equipe de produção de arte, que definiu desde os cardápios do moderno restaurante Agito Colonial até à linha de artesanato seguida pelo pintor da cidade. "Tudo dá muito trabalho. Os detalhes são pequenos, mas têm uma importância imensa para dar as características que a gente procura imprimir", explicou o produtor de arte Carlos Rangel. Assim que as diretrizes foram estabelecidas com a direção da novela, a equipe saiu à procura de materiais para produzir cada núcleo. "Conseguimos reaproveitar cerca de 80% do que tínhamos em estoque. Talvez esse tenha sido a parte mais fácil", ponderou Rangel.

O maior trabalho das equipes de cenografia e produção de arte da novela foi criar e ambientar as cinco construções da cidade que também servem como estúdio. É o caso dos dois bares, da butique da Karina, personagem de Juliana Baroni, da livraria e da empresa de empreendimentos imobiliários. Ao contrário das demais construções, que são apenas de fachada, eles possuem um interior maior que dispõe quase das mesmas vantagens de um estúdio. "São locais que receberam um tratamento acústico e de iluminação maior. Cenários que trazem mais realismo por poder explorar bem tanto o interior quanto o exterior", justificou Daniel Clabunde. E, justamente em função disso, eles exigiram um cuidado maior. "Foi um trabalho bem mais meticuloso. Precisamos povoar todos aqueles ambientes que, além de ricos em detalhes, têm um grau de importância muito maior na trama", afirmou Carlos Rangel.

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