A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, garantiu ontem que, se eleita, vai reduzir a zero os tributos sobre os investimentos no país. "Estou me comprometendo com a redução de impostos sobre investimento para zero. Não pode ser tributado o investimento, é contra o país", afirmou a petista durante o programa Roda Viva, da TV Cultura.

Segundo ela, a proposta seria uma parcela da reforma tributária mais ampla, com a redução dos encargos na folha de pagamento de empresas e a unificação do ICMS dos Estados. "O sistema tributário está um tanto caótico, tem que simplificar os tributos".

Dilma avaliou que a base de contribuições aumentará se a economia nacional manter a trajetória de crescimento com taxas superiores a 4,5% ao ano. Com isso, não ocorreriam perdas na arrecadação do governo federal.

A candidata acredita que o setor de energia pode ser uma das áreas que deveria ter menos imposto. Apesar disso, considerou que medidas que possam afetar as finanças de Estados e municípios tenham compensações, como ocorreu durante a redução de alíquotas de tributos na crise financeira mundial. Na época, os municípios foram compensados pela União e os Estados receberam empréstimos.

Sobre o imposto para grandes fortunas, ela foi evasiva ao afirmar que a proposta demandaria " imensa energia política".

No programa, Dilma disse não se considerar um "poste". Mesmo assim, assegurou que vai pedir conselhos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Entendo que alguns queiram dizer que sou um poste, mas eu acho que eu não sou um poste", disse. A candidata argumentou que, apesar da falta de experiência eleitoral, tem experiência administrativa e coordenou todos os programas do governo.

A petista salientou que confia na capacidade de Lula ajudar a aprovar reformas, como a política. A proposta ideal, na opinião dela, contemplaria o voto em lista e o financiamento público, com o objetivo de reforçar os partidos. Dilma sugeriu criar uma Constituinte específica para tratar da questão.