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Notícias / Meio Ambiente

Projeto Arinos Mata Viva mobiliza nove municípios

Da assessoria

Produtores de nove municípios que compõem o Vale do Arinos, região Médio Norte do estado de Mato Grosso, estão mobilizados para a Audiência Pública que vai discutir o Projeto Arinos Mata Viva. O evento será realizado amanhã (01), na escola agrotécnica do município de São José do Rio Claro, a partir das 13h30. A audiência foi requerida pelos deputados estaduais Mauro Savi (PR) e José Riva (PP).

O Projeto Arinos Mata Viva é o quarto modelo desenvolvido no Estado a partir da metodologia criada pelo Movimento Brasil Mata Viva. Já estão em andamento o Xingu Mata Viva, o São Lourenço Mata Viva e o Teles Pires Mata Viva.

“É necessário buscar mecanismos para garantir a permanência do homem na terra, vivendo da terra, mas sem ferir a legislação ambiental. E a metodologia Brasil Mata Viva vem nesse sentido, ela ajuda a construir caminho viável para o agricultor e para o meio ambiente”, avaliou o deputado Mauro Savi.

De acordo com o presidente da Associação Arinos Mata Viva, Aparecido Rodrigues, estão mobilizados e envolvidos no projeto os municípios de Diamantino, São José do Rio Claro, Nova Maringá, Juara, Novo Horizonte do Norte, Porto dos Gaúchos, Itanhangá, Lucas do Rio Verde e Nova Mutum. “Esperamos umas 300 pessoas participem da audiência”, ressaltou Rodrigues.

O secretário de planejamento do município de São José do Rio Claro, Cláudio Vilela, informou que já estão mobilizados cerca de 30 integrantes, que somam uma área de aproximadamente 50 mil hectares. Desse total, a maioria é médio produtor. Os pequenos produtores, no caso os assentados, aderiram por meio das associações. “Temos 900 famílias de assentados”, disse.

A metodologia do projeto prevê a estimativa dos ativos ambientais e, com base no potencial de obtenção de recursos, é elaborado o Plano de Desenvolvimento Sustentável (PDS), que contém o modelo da matriz produtiva.

Esta estimativa é feita a partir do inventário do estoque de carbono de floresta é estimada a capacidade de neutralização de emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) com a preservação das reservas, recomposição de áreas de reserva legal, preservação permanente e reflorestamentos.

O recurso gerado é destinado à remuneração das áreas rurais pelo serviço de conservação e é direcionado a investimentos na adequação ambiental e novas técnicas de uso da área voltadas ao ganho de produtividade e renda, sendo que 50% dos créditos gerados são direcionados para um fundo de recursos coletivo do núcleo, destinado à implantação da matriz produtiva.

No caso do Arinos Mata Viva, a matriz deverá partir da produção de biodiesel. “Vamos trabalhar com uma indústria de biodiesel flex, com ênfase na utilização de batata doce, mas com a possibilidade de utilização também do pinhão manso, óleo vegetal, óleo usado, soja e milho”, explicou o secretário Cláudio Vilela.

A expectativa dos produtores conforme o secretário é grande. “É um negócio novo. É uma maneira de preservar o ambiente, porque a árvore em pé vai começar a render mais do que a árvore derrubada”, disse ao ressaltar que o projeto foi apresentado à comunidade pelo deputado Mauro Savi.

Além dos parlamentares, produtores e lideranças dos municípios envolvidos no projeto, estarão presentes na Audiência Pública dois representantes do Movimento Brasil Mata Viva, Anderson Alexandre e Loise Velasco Sonego.

A Assembleia Legislativa, por iniciativa do deputado Mauro Savi, que posteriormente ganhou adesão de outros parlamentares, já aprovou e o Governo do Estado sancionou, o reconhecimento público e socioambiental dos projetos Xingu Mata Viva e São Lourenço Mata Viva. Tramita ainda na Casa de Leis, projetos para o reconhecimento das outras duas iniciativas.
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