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Sem Dilma e Marina, Serra é sabatinado da CNA

De Brasília - Vinícius Tavares

O candidato do PSDB à presidência, José Serra, foi o único presidencial a participar de encontro com os candidatos na sede da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), realizado hoje em Brasília. Dilma Rousseff (PT) alegou que faltou espaço na agenda para participar do debate no ninho ruralista. Marina Silva (PV) alegou que não recebeu antecipadamente as perguntas e os temas que seriam debatidos.

Livre de marcação, José Serra falou para um público formado por representantes de entidades e parlamentares ligados ao setor agropecuário. Ao defender a necessidade de reforma da legislação ambiental para não engessar a produção agropecuária, Serra considerou necessário haver uma legislação adequada, aplicável, que permita correta fiscalização e aplicação de penalidades aos infratores. “É preciso ter leis que peguem e funcionem”, disse o candidato.

O ex-governador paulista admitiu que houve erros no passado, muitas vezes envolvendo terras que se tornaram áreas urbanas.

“O problema continua e vai continuar se não tiver algo em relação ao valor econômico de compensação pela preservação e à capacidade de fiscalização governamental”, afirmou o candidato. Serra justificou que é radical quando trata internacionalmente da questão ambiental porque se o mundo, em conjunto, valorizar a preservação, o Brasil terá de ser beneficiado, por meio de mecanismos de compensação. “Quanto mais essa questão avançar, mais dinheiro representa para nós”, declarou o ex-governador.

Na ocasião, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo (FAES) e vice-presidente da CNA, Júlio da Silva Rocha Júnior, disse que o Brasil corre o risco de ser obrigado a reduzir a área disponível para produção agropecuária devido à falta de aperfeiçoamento da legislação ambiental. “A legislação exige 80% de reserva legal na Amazônia, 35% no cerrado e 20% no restante do País, regras impostas quando uma boa parte das fronteiras agrícolas já estava aberta”, disse Rocha Júnior.

“O senhor acha que os produtores devem erradicar áreas de produção de alimentos para plantar vegetação nativa?”, questionou o dirigente capixaba. Dados da CNA mostram que dos 851 milhões de hectares de todo o território brasileiro, sobram 219 milhões para a produção agropecuária. As florestas nativas dentro das propriedades rurais somam, atualmente, 94 milhões de hectares.
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