A direção do Partido Verde em São Paulo está enfurecida com o fato de prefeitos verdes do interior paulista estarem apoiando a candidata à presidência da República Dilma Rousseff (PT). "Vamos levar esses prefeitos à Comissão de Ética e, se houver confirmação da presença no evento em que Dilma estava e do apoio, abriremos processo disciplinar. Não vamos pensar dois minutos antes de expulsar essas pessoas", disse Maurício Brusadin, presidente do diretório estadual.

Brusadin disse que desconhecia o apoio dos correligionários ao PT. Na quinta-feira (1º), oito prefeitos do PV, 25 do PSDB, nove do DEM e oito do PPS estiveram em ato pluripartidário em Campinas, cuja estrela era Dilma Rousseff. "Não desconfiava de jeito nenhum. Se for para apoiar a Dilma, que busquem outro partido e não o PV", enfatizou Brusadin.

Para ele é incoerente que prefeitos, governadores, deputados e até vereadores verdes escolham outra presidenciável que não Marina para apoiar. "O PV tem candidata a presidente. Se alguém apoiar Dilma ou Serra no primeiro turno não tem conversa", ameaçou.

Pesquisas
Com Marina em terceiro lugar nas pesquisas, com 10% das intenções de voto - segundo a última pesquisa Datafolha, publicada nesta sexta-feira (2) - o presidente da legenda em São Paulo acredita que ainda há muito a ser feito. "Estamos construindo uma candidatura. O aparelho político do PT e do PSDB, com propagandas violentas, garantiu os dois à frente. Estamos esperançosos e achamos positivo o resultado", avaliou Brusadin.

Nesta sexta-feira, depois de assistir ao jogo da Seleção Brasileira contra a Holanda no apartamento em que está morando, nos Jardins, a candidata se reunirá com coordenadores de campanha. Sem agenda pública, ela aproveita os intervalos para treinar para debates, sabatinas e entrevistas.

A coordenação tem adotado agendas distintas para Marina e o vice Guilherme Leal pelo País, onde o PV tem 11 candidatos a governador. A ideia é que o vice esteja mais em eventos empresariais ligados à causa ambiental.

Patrimônio
Na quinta-feira (1º), Marina foi a primeira presidenciável a registrar a candidatura junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No registro, ela declarou um patrimônio de R$ 149 mil, frente à fortuna de R$ 1,1 bilhão de seu vice.

Segundo a declaração de bens, Marina possui em Rio Branco (AC) uma casa no valor de R$ 60 mil, lotes que somam 16.197 m² e valem R$ 42.471, além de R$ 46.782,88 em conta bancária.

Já Leal tem em seu nome imóveis em áreas nobres da cidade de São Paulo, ações de empresas, entre elas da Natura, barco, veículos e joias.