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Em Minas, Aécio testa popularidade e leva Anastasia a reboque

Terra

Os candidatos tucanos da coligação "Somos Minas Gerais", Aécio Neves e Antonio Anastasia, fizeram nesta quarta-feira (7) seu primeiro teste de popularidade nas ruas de Belo Horizonte. Os candidatos, que disputam, respectivamente, o Senado e o governo de Minas, se concentraram nas esquinas da Avenida Afonso Pena com Rua Tupinambás por volta do meio-dia. Aécio, ator principal, foi cumprimentado por dezenas de populares e simpatizantes. A reboque, o governador Anastasia, coadjuvante na caminhada e cuja campanha à reeleição irá se desenvolver à sombra do correligionário.

A caminhada, acompanhada por militantes de vários partidos da coligação e por populares, percorreu um dos pontos mais tradicionais do centro da capital mineira. O último ato do evento foi, como reza o ritual mineiro, no Café Nice, que, com 71 anos de existência, há décadas se tornou parada obrigatória de candidatos em Belo Horizonte. O Terra ouviu populares que acompanharam a movimentação marcada até por certo tumulto, graças aos curiosos que queriam cumprimentar os candidatos.

Sola de sapato
A voz das ruas parece dizer que há espaço para este tipo de manifestação em que gastar a sola do sapato ainda é um ritual típico da política mineira. Para a dona de casa Carolina Aguiar Costa, o gesto contribui para o entrosamento do candidato com o povo. "Isso ajuda a mostrar o que ele fez por nós. Mas depois é que a gente vai querer saber: será que isso vai dar pé?", questiona, em referência às expectativas do eleitor que, segundo ela, "não quer promessa, mas consciência dos políticos".

Tem gente que, conhecendo de perto as coisas da vida pública, também aprova a manifestação com viés popular. "A caminhada é o principal segredo de uma eleição", sentencia o ex-presidente da Câmara de Ibirité, Jorge Pimenta. Mas estamos na rua e há, sim, quem torça o nariz. Observando à distância a passagem dos candidatos, o relojoeiro Wagner Resende era só lamentos. "Acho que isso cria o maior tumulto, a gente quer é que eles mostrem trabalho. O eleitor que é dele já é dele, não vai mudar nada vindo pra rua".

A política de trás do balcão
Se existe um lugar que é sinônimo de tradição política em Belo Horizonte este lugar é o Café Nice. Ali, o "beija mão" de candidatos virou praxe e o balcão do estabelecimento já viu passar centenas de concorrentes aos mais diversos cargos públicos. E, se acompanhar o político até o local no meio da multidão é quase uma aventura cheia de pisões e empurra-empurra, do lado de dentro do balcão, tem gente que se sente com uma visão privilegiada.

É o caso da funcionária do café, Sônia Borges, 34 anos de casa. Foi servindo cafezinho a muitos candidatos que ela chegou a uma conclusão simples: o ritual acaba ajudando o eleitor a ver o carisma do político. Ainda eufórica com o cumprimento recebido minutos antes do "governador Aécio", ela diz que o corpo a corpo aproxima as pessoas dos políticos. Timidamente, Raulina de Oliveira Santos, também funcionária do local, concorda. "Isso faz efeito para o eleitor sim", responde, entre um café e outro servido.

E, com o "adiantado da hora", cercado de seguranças, o candidato vira à direita, entra no carro, vai-se embora e na esquina da Afonso Pena com Tupinambás tudo continua no mesmo ritmo. Vida mineira que segue. Até o próximo cafezinho.
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