Ainda há várias perguntas a serem respondidas sobre o desaparecimento de Eliza Samudio. De acordo com depoimentos ouvidos pela polícia, a jovem foi agredida e está morta. Mas qual é o motivo para tanta brutalidade? "A causa é uma paternidade indesejada" disse o delegado Edson Moreira, um dos responsáveis pelas investigações, em Minas Gerais. A polícia acredita que, nesta sexta-feira (9), a morte de Eliza completa um mês.

Eliza teve um relacionamento com o goleiro Bruno, que era do Flamengo, e está desaparecida desde o início de junho. Ela tentava provar, na Justiça, que teve um filho do atleta. Segundo a polícia, Bruno é suspeito de envolvimento no sumiço da jovem. Ele está preso em Belo Horizonte e nega o crime.

Segundo Moreira, Bruno agrediu Eliza e viu a morte dela. Ele afirma que o jogador também participou da tortura durante os cinco dias que a jovem foi mantida no sítio de Bruno, em Esmeraldas (MG). "Ao que tudo indica, ele também batia nela", disse o delegado. "Fizeram uma mudança radical com ela no sitio. Colocaram uma vitrola próxima dos quartos. O som ficava alto o dia inteiro. Tinha futebol de fachada", comentou. Ele disse que ninguém podia entrar na casa.

Segundo o delegado, o plano também era matar o bebê, que tem quatro meses. Mas Bruno não deixou.

Eliza se encontrou com amigos do goleiro na esperança de melhorar de vida. Mas, para a polícia, mais do que pelo dinheiro, o crime foi executado por vingança. A relação do casal sempre foi conturbada. Um indício desse relacionamento pode estar na senha do computador pessoal de Eliza: amor e ódio. Essas eram as palavras que ela usava para acessar o notebook que vai passar por perícia.

De acordo com Moreira, devem ser analisadas fotos, mensagens de e-mail e de outros programas de conversação.