Imprimir

Notícias / Brasil

'Processo é maracutaia', diz defensor de acusado de matar Sabotage

G1

Alegando falta de provas contra Sirlei Menezes da Silva, acusado de assassinar o rapper Sabotage, o defensor público Marcelo Carneiro Novaes declarou durante a primeira fase do julgamento que acontece nessa terça-feira (13) que o processo se trata de uma "maracutaia" . Ele disse ainda que a confissão à polícia foi feita sob coerção.

“O Sabotage tem uma música que se chama maracutaia. E eu afirmo: esse processo é uma maracutaia”, afirmou.

De acordo com Marcelo Carneiro Novaes, a confissão de Sirlei foi feita após coerção da polícia em uma ocasião em que o acusado não estava acompanhado de um advogado. “Não digo que houve tortura, mas a confissão deve ser livre e ele estava algemado”, afirmou. Ele lembrou ainda que o acusado disse que cometeu o assassinato utilizando uma pistola. Porém, no local do crime só foram encontrados projéteis de uma arma calibre 38. A arma apreendida com Sirlei, quando ele foi preso em dezembro de 2004, não passou pela perícia.

O advogado apresentou ainda um ofício do Instituto Brasileiro de Combate ao Câncer, que comprova que a mãe de Sirlei foi internada no dia 23 de janeiro de 2003, um dia antes do crime. Por volta das 5h do dia 24, segundo a defesa, ele estava pegando um trem para ir levar roupas para a mãe, o que impedia que ele estivesse na Avenida Abraão de Morais, na Zona Sul da capital, às 5h30, horário do crime.

A defesa descarta ainda que ele tenha envolvimento com o tráfico de drogas, pois diz que seu patrimônio não é compatível com alguém que exerça atividades ilegais.

A sessão foi suspensa para o almoço. A sentença deve ser anunciada ainda nesta terça-feira pela juíza Fabíola de Oliveira Silva, da 1ª Vara do Júri, que preside a sessão.

Sabotage tinha 29 anos na época do assassinato. Cantor e compositor nascido em uma favela paulista, Sabotage compôs muitas músicas de cunho social, falando sobre drogas, violência e criminalidade. Sua estreia no cinema foi no filme “O Invasor”, de Beto Brant.

Também incorporou o personagem Fuinha em “Carandiru”, longa de Hector Babenco, que estreou meses depois da morte do rapper. O papel dele era de um detento viciado em drogas.

Imprimir