O filé mignon tem andado mais presente nas refeições dos brasileiros. Segundo a Fundação Getúlio Vargas, na semana passada, as outras carnes de primeira aumentaram até 5% em relação à semana anterior. Já o filé caiu 1%. Uma grande rede de supermercados informou que os descontos chegaram a 20% nos últimos meses.

Tradicionalmente o filé mignon era visto como comida de rico ou para ser apreciada de vez em quando. “Churrasco de filé mignon? Não é sempre não, é de vez em quando”, diz uma consumidora. O filet mignon é a carne de boi mais macia, mais nobre e geralmente mais cara.

“Anda barato. É melhor comprar o filé mignon do que o contra-filé, que está quase o preço igual”, concorda uma outra consumidora. Em supermercados, é possível achar o quilo a R$ 15,90, quase o mesmo preço da alcatra, a R$ 14,50, ou então mais barato que a maminha (R$ 17,39) e uma pechincha, em comparação com a picanha. (R$ 28,90).

Ajuste no preço

A explicação para o preço não está só no Brasil. Os estrangeiros que costumam comprar os cortes mais nobres da carne brasileira estão vivendo uma crise econômica. E filé mignon não combina com recessão. A exportação de carnes para o exterior caiu de 103 mil toneladas, em dezembro de 2007, para 89 mil toneladas no mês passado. 

A Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne diz que, além disso, o preço do boi caiu e houve um ajuste para atender o consumidor interno. 

“Não que isso vá perdurar ao longo do ano, estamos acabando de sair agora de uma época de safra. Tem muita oferta agora no mercado, mas durante o ano o preço se estabiliza”, diz Roberto Gianetti, da Associação.

Enquanto isso, o locutor do supermercado anuncia: “R$ 13,60 o quilo. Está na promoção relâmpagom, filé mignon”, diz ele. O consumidor já sabe: “tem que aproveitar a promoção”, diz um deles. E já pensando na receita: “filé mignon com batata frita, é uma delícia”, complementa outro.