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Notícias / Cidades

Mãe enviou ‘carta desabafo’ três dias antes da morte de Matheus Modesto

Da Redação - Jardel Arruda

Márcia Regina da Silva Mota, mãe do garoto Matheus da Silva Borges Modesto, 13, o qual morreu na segunda-feira (19) em Sinop, vítima de uma parada respiratória em decorrência da falta de um remédio que deveria ser fornecido pelo Estado, teria enviado uma carta de desabafo ao jornal Folha do Estado três dias antes da morte do jovem.

O garoto estava há dois meses sem receber o remédio Zavesca, importado da Suíça, que deveria ser fornecido pelo Estado por força judicial. Sem o medicamento, o menino sofria crises e convulsão, problemas respiratórios e uma baixa abrupta na imunidade. Matheus morreu no colo da mãe ao sofrer uma das crises de dificuldade respiratórias.

Na carta, escrita no dia 16, Márcia relato a evolução do garoto enquanto ele utilizou o remédio e de como ele piorou após interromper o tratamento. Ela também faz um apelo para os representantes do povo serem mais ‘humanos’.

Desabafo da mãe do Matheus

Em julho de 2007 demos entrada na Justiça para o pedido do medicamento Zavesca na esperança de uma condição de vida melhora para o nosso filho Matheus, que infelizmente nasceu com uma doença rara chamada Niemann Pick tipo C. Esse medicamento é muito caro e somos impossibilitados de comprar. Ele é importado, e em janeiro de 2008 saiu o recurso a nosso favor.

M setembro, Matheus começou a usar o Zaveca e com três meses de uso já percebemos avanços. Ele voltou a respirar melhor, pois o médico cofiou uma traqueostomía, mas com o medicamento ele ficou muito bem e começou a movimentar a cabeça de um lado para o outro, nos acompanhando com o olhar, e isso ele já não fazia mais. Em três meses o medicamento começou a fazer efeito e ele estava muito bem, deixando de ter as crises compulsivas.

Infelizmente, hoje enfrentamos os problemas com a falta de medicamento, pois o Estado deixou de comprar e o nosso filho está há dois meses sem o tratamento, e com isso veio as conseqüências. Como o objetivo do medicamento é não permitir que a doença avance, com a falta do mesmo baixou a imunidade do Matheus. Ele já foi hospitalizado por duas vezes, voltou a ter crises convulsivas e está dormindo além do normal, e o Estado não se manifestou. O advogado já entrou com outra liminar, e fico pedindo muita proteção a Deus e que nossos representantes sejam mais humanos, por eu sei que além do Matheus tem muita gente BA mesma situação ou até pior. É importante nos unirmos e lutarmos pelos nossos direitos, principalmente o direito à vida.
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