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Alunos de projeto social criam renda e oportunidades no setor audiovisual

G1

O projeto Querô na Escola quer atrair estudantes para as aulas de cinema. “Vamos às escolas justamente para poder despertar essa vontade de realizar de levar o audiovisual também como meio de expressão. Costumamos falar que a gente quer dar voz a eles”, afirma o produtor do projeto, Samuel de Castro.

Os multiplicadores são ex-alunos das oficinas. Damaris Ribeiro, produtora do projeto, já conhece todo o processo e ensina o caminho. Para a diretora de uma das escolas, Maria das Graças Coronato, “esse é o caminho para os jovens. É o caminho para eles saírem do tédio, da mesmice. Acho que as Oficinas Querô oferecem essa oportunidade, abrem um leque de opções na área de audiovisual. Os meninos vislumbram alguma coisa que é possível de eles fazerem também”.

Cinco jovens foram além das oficinas e vislumbraram um futuro promissor. Formaram uma produtora social. “A gente entrou na incubadora de empresas de Santos. Já faz mais ou menos três anos que estamos lá e, desde então, estamos trabalhando na área, fazendo bastante serviço, bastante coisa. Tem sido uma experiência profissional maravilhosa”, explica Jeferson Paulino, editor de pós-produção da Querô Filmes.

“O carro-chefe mesmo são os vídeos institucionais. A gente trabalha muito com instituições sociais, com as questões sociais e até o meio ambiente”, explica Erica Rodrigues, produtora comercial da Quero Filmes.

Para ampliar horizontes, as oficinas subiram a serra e aterrisaram na Vila Guacuri, em São Paulo. “Aqui no Guacuri, os jovens estão na finalização do curso. Eles estão há quase um ano com a gente. Nesse momento, eles estão finalizando duas animações, um documentário e vão iniciar a finalização da ficção”, diz o produtor Cláudio Maneja Jr..

“A gente está fazendo a blocagem da animação. Esse corpo que estamos produzindo é uma animação 3D. Estamos marcando as poses principais e afinando os entremeios, que são a ligação dessas poses para criar a animação”, explica o professor de animação Lucas Silvestre.

O bem-estar e a formação dos alunos é prioridade. “Estamos realizando visitas domiciliares à casa de todos para conhecer as famílias e estabelecer um vínculo com elas. A gente fornece a cesta básica pra todos e o vale-transporte para eles não precisarem gastar no trajeto, para frequentarem as atividades”, conta a assistente social Magda Pereira.

Os alunos expressam a realidade através dos curtas. Roberto Severo, de 18 anos, faz uma homenagem ao avô. “Eu escrevi o curta pensando no meu avô. Meu avô tinha um fusca e era apaixonado pelo carro. Não deixava ninguém tocar”, diz o jovem.

As irmãs Ana Inês e Ana Paula também buscaram inspiração na família. O documentário mostra como a mãe e duas amigas meteram a mão na massa para resolver as diferenças profissionais e religiosas.
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