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Cidades criam leis para dificultar assaltos após saques bancários

Globo

O golpe da saidinha de banco se espalhou pelo país. Em um caso recente em São Paulo, o bandido senta próximo ao caixa e dá as dicas por telefone ao comparsa - que, do lado de fora, espera pra assaltar o cliente.

A gravação da conversa deles foi autorizada pela justiça:

- É camisa abóbora de botão?
- Isso.
- E calça?
- É jeans cinza.

Em mais uma gravação, outra quadrilha troca informações sobre o dinheiro sacado por mais uma vítima.

- Quanto que é, quanto que é?
- O Thiago falou que é um pacotinho, foi o Thiago que falou, acho que é 4 ou é 5 (mil reais).

Na capital paulista, uma única delegacia prendeu nos últimos dez meses 26 suspeitos de praticar esse tipo de golpe.

“É complexo você prender todos os elementos da quadrilha de uma vez só. Isso demanda uma investigação longa”, explica o delegado Rubens Teixeira.

Policiais de São Paulo acreditam que as quadrilhas passaram a atacar os clientes na saída das agências porque outros tipos de assaltos a banco se tornaram mais arriscados. Em várias cidades do país, o problema preocupa tanto que as prefeituras criaram leis pra tentar impedir a ação dos bandidos.

Cidades como Belém, João Pessoa, Fortaleza, Campo Grande e Itapetininga, no interior de São Paulo exigiram a instalação de biombos em frente aos caixas - pra evitar que bandidos vejam quanto os clientes sacam.

Mas a medida que mais ganhou adeptos foi a proibição do uso do celular e de rádios comunicadores nas agências. Vale em cidades como Curitiba e Salvador - onde a multa para o banco pode chegar a R$ 51 mil.

Para o especialista em segurança Guaraci Minguardi, o desafio maior é da polícia: “A grande questão é: um trabalho inteligente da polícia, identificando os locais onde ocorrem os roubos, distribuir efetivo, disfarçado, na região onde acontece isso, pra pegar ladrão em flagrante”.
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